Com o aumento de casos de covid-19, o País já tem as primeiras cidades retomando a quarentena e o toque de recolher para reduzir a transmissão do vírus. No interior de São Paulo, a quarentena entrou em vigor nesta sexta-feira, 7, em Amparo, e outras três cidades - Tupã, Orlândia e Capivari - reeditaram algumas das restrições que vigoraram no auge da pandemia. No Estado de Mato Grosso do Sul, a cidade de Ribas do Rio Pardo é a primeira a decretar toque de recolher.
Em Amparo, bares e restaurantes passaram a fechar às 22 horas. Festas, comemorações e reuniões estão proibidas e o desrespeito será punido com multas de até 6 mil reais. O decreto, publicado no jornal oficial do município, proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em locais abertos, com calçadas e vias públicas. A medida vigora até o dia 31 deste mês. A cidade, que fica na região turística conhecida como Circuito das Águas, na região de Campinas, é muito procurada nesta época do ano.
Conforme a prefeitura, foram registrados 1.480 atendimentos na rede pública do município nos últimos três dias e 194 pessoas estão em tratamento contra a covid-19, número 1.112% maior de casos em tratamento do que na semana passada. O registro diário de casos positivos saltou de 12 no dia 28 de dezembro para 130 no dia 5 de janeiro. Ainda segundo a prefeitura, a circulação simultânea das variantes Delta e Ômicron poderá colapsar o sistema de saúde.
O decreto proíbe qualquer atividade que possa acarretar aglomeração em espaço público ou privado, incluindo festas, eventos e jogos com ou sem acesso ao público em geral. Neste final de semana, ainda serão permitidos eventos em buffet, mas sem baladas ou pistas de dança. Todas as atividades comerciais com atendimento presencial terão de ser encerradas às 22 horas, com tolerância de uma hora para quem estiver no interior do estabelecimento.
Quem for flagrado consumindo bebidas alcoólicas após as 23 horas em ruas, praças e parques será multado em R$ 1,5 mil. Caso haja grupo de pessoas, o fornecedor da bebida receberá multa de R$ 3 mil. A locação de imóveis para temporada, veraneio, eventos e festas, bem como aglomerações em imóveis residenciais de pessoas que não pertencem ao núcleo familiar renderão multa de R$ 6 mil para o proprietário e R$ 3 mil para o locatário.
A fiscalização será feita pela Vigilância Sanitária com apoio da Guarda Civil Municipal e forças policiais. Ainda segundo o decreto, o comitê de enfrentamento à covid-19 poderá adotar novas medidas caso haja aumento significativo na ocupação hospitalar – enfermaria e UTI – em Amparo.
A prefeitura de Orlândia, na região de Ribeirão Preto, proibiu festas e confraternizações em salões, chácaras, buffets e clubes até o dia 21 de janeiro. O decreto reforça a obrigatoriedade no uso da máscara e recomenda que as pessoas só saiam de casa para atividades essenciais. As vigilâncias sanitárias e epidemiológicas aplicará penalidades que vão de multa à suspensão das atividades em caso de descumprimento. Conforme o prefeito Sérgio Bordin Júnior (MDB), a medida tem o objetivo de desacelerar a proliferação do coronavírus. A cidade registrou grande aumento de casos nos últimos dias.
Em Capivari, a prefeitura cancelou todas as atividades culturais previstas para janeiro, além do carnaval de 2022, devido ao aumento recente nos casos de gripe e de covid-19. Eventos privados que podem gerar aglomerações não serão autorizados. A Santa Casa local, referência no tratamento da covid-19, suspendeu as visitas familiares a pacientes internados. O boletim médico será passado à família por telefone.
Após confirmar o primeiro caso da variante Ômicron, a prefeitura de Tupã publicou decreto retomando a obrigatoriedade de verificação de temperatura corporal na entrada dos estabelecimentos comerciais. Pessoas com temperatura indicativa de estado febril terão o acesso vedado. O decreto determinou a volta da fiscalização do uso de máscara e da disposição de álcool gel em todos os espaços de acesso público, inclusive nas igrejas e templos. A cidade do oeste paulista registrou 178 casos positivos de covid-19 em dois dias.
Toque de recolher
Decreto publicado nesta sexta retomou o toque de recolher em Ribas do Rio Pardo (MS), devido ao aumento nos casos de covid-19 e de influenza. A cidade é a primeira do país a adotar a medida nesta nova onda da pandemia. O prefeito João Alfredo Soares (PSol) disse que a medida é pela saúde e segurança da população, já que 2,5 mil pessoas de várias regiões do país trabalham na construção de uma fábrica de celulose, morando em acampamentos. Após as festas do fim de ano, foram confirmados 100 novos casos de covid.
As pessoas estão proibidas de sair de casa, a não ser em casos de necessidade justificada, de segunda a quinta-feira, das 22 horas às 5 da manhã. Às sextas, sábados e domingos, o toque de recolher vigora das 23 às 5 horas. O governo do Mato Grosso do Sul informou que o comitê do Programa de Segurança da Economia e da Saúde (Prosseguir) irá anunciar novas medidas restritivas contra a covid-19, válidas para todo o Estado, na segunda-feira, 10. No boletim divulgado na manhã desta sexta, o Estado registrou 947 novos casos. “Estamos colhendo o fruto amargo das aglomerações de fim de ano”, disse a secretária-adjunta de saúde Christinne Maymone.
No Ceará, o governador Camilo Santana (PT) decidiu suspender todos os eventos de pré-carnaval e carnaval em espaços públicos por um mês. Já outros eventos festivos e sociais, como casamentos e formaturas, terão capacidade reduzida de público. Serão até 250 pessoas em ambientes fechados para eventos festivos, sociais e corporativos, podendo ser até o dobro em ambientes abertos. A decisão reduziu em 10 vezes a capacidade atual, de 2,5 mil pessoas em locais fechados e até 5 mil em áreas abertas.
A prefeitura de Curitiba prorrogou por sete dias as medidas restritivas já adotadas devido à pandemia, entre elas a que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas. O prazo de revisão diminuiu, já que anteriormente as medidas eram revistas a cada 14 dias. Segundo a Secretaria da Saúde, os números recentes de covid-19 apontam a necessidade de reavaliação em prazo inferior ao que era adotado. Na capital paranaense, a média móvel de casos subiu quase 600% nas duas últimas semanas.
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