O Governo de São Paulo apontou nesta quinta-feira, 20, que a vacina contra a covid-19 não foi a causa da parada cardiorrespiratória de uma menina de 10 anos em Lençóis Paulista, no interior. O caso levou a Prefeitura local a suspender a aplicação do imunizante para crianças por uma semana, porém o Estado salientou que uma equipe de especialistas identificou que a situação foi causada por uma doença cardíaca rara que a família desconhecia.
Segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, 10 especialistas ligados ao governo procuraram a equipe médica que atende a criança. “Se concluiu que não se trata de um evento adverso decorrente da vacina", disse durante coletiva de imprensa do início da aplicação da Coronavac em crianças. “Não tem qualquer relação com o imunizante ministrado.”
A criança teve uma parada cardíaca cerca de 12 horas após receber a vacina da Pfizer, na terça-feira, 18. A menina está internada no complexo hospitalar da Unimed de Botucatu. O caso tem sido compartilhado em redes sociais por grupos anti vacina, mesmo com a comprovação da segurança do imunizante, que é aplicado em diversos países estrangeiros há meses.
O prefeito local, Anderson Prado (DEM), disse que o motivo da parada cardíaca não estava confirmado no momento da suspensão. Segundo ele, o único outro relato de mal-estar após a aplicação foi o de uma criança que teve febre leve. “Que é uma reação esperada, inclusive entre os adultos”, comentou.
Ele também destacou a importância da vacinação para os adultos. “Estamos com aproximadamente 2 mil infectados (por covid-19), é o maior número de infecção que nós já tivemos em Lençóis Paulista. Mas, na nossa UTI, somente um lençoense precisava de cuidados de terapia intensiva, e não está intubado. Isso é reflexo, evidentemente, da população, que tem aderido a vacinação”, ressaltou, citando dados de quarta-feira, 19.
O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) já havia apontado, em nota, que foi “precipitado e irresponsável afirmar que o caso do município está associado à vacinação”. “Na maioria das vezes, os casos de eventos adversos pós-vacinação são coincidentes, sem qualquer relação causal com o imunizante.”
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