Responsável pela identificação da primeira morte pela variante Ômicron registrada no Brasil, na quinta-feira, 6, o Programa de Vigilância Genômica de Aparecida de Goiânia já realizou 2.386 sequenciamentos genéticos do SARS-CoV-2 desde abril de 2021, quando o programa foi instaurado.
Completamente financiados pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia, os sequenciamentos são feitos de forma terceirizada pelo laboratório HLAGyn, e são estudados e monitorados pela Secretaria Municipal de Saúde para que sejam implementadas as melhores estratégias de combate à doença.
De acordo com a própria secretaria, quando estabelecido, inspirado nos programas de sequenciamento genômico do Reino Unido e da África, este consistia no maior programa de vigilância genômica do País lançado por uma prefeitura. “Na época em que lançamos, em 2020, analisamos os dados da plataforma GiSaid, que junta os dados de sequenciamento de todo o mundo”, explicou a SMS. Desde o início, o programa é coordenado pela enfermeira e pesquisadora Érika Lopes, diretora de Avaliação de Políticas de Saúde.
Apesar de o programa ter sido iniciado em abril de 2021, Érika relata que logo que se deu início ao trabalho também foi realizada a análise das amostras das semanas anteriores, para que se pudesse ter um panorama completo. “É um trabalho feito em parceria com várias áreas da secretaria: uma faz o rastreio de casos, tem a central de telemedicina e há o monitoramento”, descreve a diretora.
Esse trabalho em equipe de monitoramento, tanto para Érika quanto para o próprio diretor técnico do laboratório HLAGyn, Fernando Vinhal, que é doutor em imunologia e parasitologia, é essencial para uma real contribuição no combate da covid-19. “Apenas sequenciar não resolve. É preciso acompanhamento, porque quando se monitora é possível detectar muito rápido quais variantes têm potencial de expansão naquele local”, explica.
“O sequenciamento genético é apenas uma das estratégias para o controle da pandemia.
A primeira é a testagem em massa por RT-PCR, que é o teste padrão ouro para diagnóstico da covid”, diz Érika. De acordo com a SMS, o município já realizou cerca de 415 mil exames RT-PCR dentro do Programa de Vigilância Genômica da cidade. “Para quem não conhece Aparecida de Goiânia, é preciso ter noção que esse número representa mais da metade da população”, afirma a diretora.
Alta Atividade
Por não ser um laboratório apenas focado em sequenciamento de covid-19, mas que também realiza diagnóstico de doenças infecciosas, exames de histocompatibilidade e até transplante de órgãos e medula óssea, o laboratório funciona 24 horas e tem mais de 100 profissionais graduados e pós-graduados. Para Érika, a quantidade quase recorde de sequenciamentos realizados consiste em uma contribuição significativa para o Brasil e para o mundo, uma vez que os dados são depositados no banco mundial GiSaid.
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