Pessoas que tomaram vacinas Pfizer-BioNTech contra o coronavírus podem obter tanto benefício de uma dose de reforço da Johnson & Johnson quanto da própria Pfizer. Esta é a conclusão de um pequeno estudo publicado no último domingo, 5.
Pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center, em Boston, estudaram 65 pessoas que haviam recebido duas doses da vacina Pfizer. Seis meses após a segunda dose, os pesquisadores deram a 24 dos voluntários uma terceira dose de Pfizer e a vacina da Johnson & Johnson aos outros 41. (O estudo foi financiado em parte pela Johnson & Johnson e ainda não foi publicado em periódico científico).
Ambas as marcas de vacinas aumentaram o número de células T, que combatem a covid-19 e são importantes para conferir proteção duradoura e evitar que as infecções se transformem em doenças graves. Mas o aumento de células T fornecido pela vacina Johnson & Johnson foi duas vezes maior que o da Pfizer.
Os pesquisadores também mediram os anticorpos, que fornecem grande parte da proteção imediatamente após a vacinação. Os voluntários que receberam uma terceira dose de Pfizer viram seus níveis de anticorpos saltarem após duas semanas e, em seguida, diminuírem em 25% na quarta semana. A dose de reforço da Johnson & Johnson, por outro lado, mais do que dobrou os níveis de anticorpos entre a segunda e a quarta semanas. Nesse ponto, os anticorpos da Pfizer ainda estavam cerca de 50% mais elevados do que os da Johnson & Johnson. Para anticorpos, é uma diferença relativamente pequena. E ambos os níveis estavam bem acima do limite que os cientistas acreditam ser necessário para uma proteção forte.
Os resultados são um pouco diferentes dos estudos anteriores. Em outubro, um ensaio clínico organizado pelo National Institutes of Health relatou que todas as três vacinas autorizadas – Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson – geraram aumento dos níveis de anticorpos quando usadas como reforço. Mas a dose da Johnson & Johnson deu um impulso muito menor do que as outras. (O NIH ainda não publicou como cada dose de reforço afetou as células T dos voluntários).
A diferença entre os dois estudos pode ser explicada pela duração do período entre as doses. No estudo do NIH, muitos dos voluntários receberam suas vacinas de reforço após três ou quatro meses, em comparação com a espera de seis meses do novo estudo.
A vacina Johnson & Johnson parece ter se beneficiado com a espera mais longa. Ao contrário da Pfizer e da Moderna, que são feitas de mRNA, o imunizante da Johnson & Johnson é produzido a partir de um vírus de resfriado modificado. Talvez seja importante dar ao sistema imunológico mais tempo para retornar ao estado de repouso antes de receber este tipo de vacina.
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