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Saúde

Ministério da Saúde autoriza ampliação de vagas do Mais Médicos em Manaus

Liberação de 72 novas vagas é válida por um ano e não permite prorrogação; capital do Amazonas vive aumento de casos de covid-19 e falta de oxigênio para pacientes.

O Ministério da Saúde autorizou a ampliação "emergencial e temporária" de 72 vagas para profissionais do programa Mais Médicos para Manaus. A extensão das vagas é válida por um período improrrogável de um ano, segundo portaria da pasta publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 19.

O sistema de saúde de Manaus entrou em colapso em virtude do agravamento da pandemia de covid-19 na cidade. A situação na capital amazonense piorou desde a semana passada, quando começou a faltar oxigênio hospitalar para tratar pacientes, o que provocou mortes por asfixia.


A portaria diz que o provimento das vagas será realizado via edital de chamamento público de médicos e que os profissionais que passarem pela seleção serão alocados no município de Manaus e continuarão a desempenhar suas atividades no âmbito do projeto até o prazo final do termo de adesão e compromisso.

Na segunda-feira, 18, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, concedeu entrevista coletiva à imprensa sobre Manaus e novamente tentou afastar do governo federal qualquer responsabilidades pelo colapso de saúde. A falta de oxigênio na cidade atinge pacientes com diferentes problemas de saúde e até bebês prematuros.

"Fizemos tudo o que tinha de fazer. Estamos fazendo e vamos continuar fazendo", disse Pazuello durante a entrevista. O general negou lentidão do governo federal para oferecer ajuda na entrega de insumos como o próprio oxigênio.

O governo federal disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que soube dias antes do colapso em Manaus, no dia 8 de janeiro, da iminente falta de oxigênio. No dia seguinte, segundo Pazuello, ele e sua equipe embarcaram para Manaus e houve reforço na entrega de insumos.

Uma viagem do ministro Pazuello a Manaus na última semana, no entanto, ficou marcada pela defesa do uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, como a cloroquina e a hidroxicloroquina.

Em dezembro, o presidente Jair Bolsonaro apoiou protestos feitos no Amazonas que levaram o governador Wilson Lima (PSC) a desistir do fechamento do comércio. "Sei que a vida não tem preço. Mas não precisa ficar com esse pavor todo", disse Bolsonaro em 28 de dezembro.

"Vi que o povo em Manaus ignorou o decreto do governador do Amazonas", completou. Menos de um mês mais tarde, as aglomerações de fim de ano são apontadas pelo próprio governo local como determinantes para a explosão de internações e mortes.

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