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Saúde

Covid-19: empresas que desenvolvem vacinas assinam pacto de rigor científico

Ato é uma resposta implícita às preocupações levantadas nos Estados Unidos sobre uma possível pressão do presidente Donald Trump para autorizar uma vacina antes da eleição presidencial.

Nove diretores de empresas que desenvolvem vacinas contra a covid-19 assinaram na segunda-feira, 7, um compromisso de manter o mais alto rigor científico, uma resposta implícita às preocupações levantadas nos Estados Unidos sobre uma possível pressão do presidente Donald Trump para autorizar uma vacina antes da eleição presidencial.

"Nós, as empresas biofarmacêuticas abaixo assinadas, desejamos reiterar nosso compromisso contínuo com o desenvolvimento e teste de vacinas contra a covid-19 de acordo com altos padrões éticos e princípios científicos rigorosos", disseram em um comunicado conjunto os diretores das empresas AstraZeneca, BioNTech, GlaxoSmithKline, Johnson & Johnson, Merck Sharp & Dohme, Moderna, Novavax, Pfizer e Sanofi. Essas empresas concordam em "apresentar apenas um pedido de autorização, ou autorização de emergência, após a vacina ter demonstrado a segurança e eficácia no contexto de um ensaio clínico de fase 3 concebido e realizado de forma a cumprir as condições estabelecidas por autoridades reguladoras, como a Food and Drugs Administration (FDA), agência regulatória de medicamentos e alimentos americana.


É justamente na FDA que se concentram as preocupações de diversos especialistas e ex-oficiais de saúde dos Estados Unidos, após a entidade ter autorizado para uso emergencial, apesar da falta de evidências rigorosas, dois tratamentos contra covid-19: a hidroxicloroquina (autorização revogada posteriormente) e plasma sanguíneo de pacientes recuperados, ambos elogiados por Trump. O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, acusou Trump nos últimos dias de "minar a confiança popular" ao falar repetidamente sobre a possibilidade de haver uma vacina antes das eleições de 3 de novembro. O chefe da FDA, por sua vez, garantiu um processo puramente científico para julgar a eficácia de uma vacina.

Comitês de especialistas americanos independentes supervisionam os testes clínicos das vacinas Moderna e Pfizer. A FDA depende desses comitês independentes e dos fabricantes de vacinas, que devem apresentar um pedido de autorização. De acordo com Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, os resultados desses exames não devem ser conhecidos até os últimos dois meses do ano.

"É extremamente improvável, mas não impossível", que haja resultados antes da eleição, disse Moncef Slaoui, cientista-chefe da equipe da Casa Branca para a produção de vacinas, à rádio NPR.

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