A agência reguladora de drogas e alimentos dos Estados Unidos, o FDA, autorizou nesta segunda-feira, 9, o uso emergencial de um medicamento experimental da farmacêutica Eli Lilly para o tratamento da covid-19. O remédio bamlanivimabe seria destinado a pacientes não hospitalizados com mais de 65 anos ou que tenham certas doenças crônicas.
O FDA disse que sua autorização foi baseada em ensaios clínicos que mostram que a terapia reduziu a necessidade de hospitalização ou visitas ao pronto-socorro em pacientes com covid-19 com alto risco de progressão da doença. Agora, o produto pode ser usado para tratar quadros leve a moderado em adultos e pacientes pediátricos com mais de 12 anos, disse o órgão.
O anticorpo não está autorizado para pacientes hospitalizados ou que necessitem de terapia com oxigênio. O FDA disse que a droga, elogiada pelo presidente Donald Trump, não demonstrou beneficiar esse grupo de pessoas e pode, na verdade, piorar o estado clínico. Um estudo patrocinado pelo governo dos EUA em pacientes com covid-19 que estavam internados foi abandonado recentemente porque o tratamento não mostrou estar ajudando.
Os resultados de um estudo com 452 pessoas diagnosticadas com covid-19 leve a moderada, publicado em um jornal revisado por pares no final de outubro, indicam que 1,6% daqueles que receberam a infusão de anticorpos tiveram de ser hospitalizados ou precisaram de uma visita ao pronto-socorro, em comparação com 6,3% daqueles que receberam um placebo.
A empresa disse que planeja buscar uma autorização semelhante em novembro para seu coquetel de dois anticorpos, que descreveu como tendo ajudado ainda mais a reduzir os níveis virais do que o tratamento com um único anticorpo. Ambas as terapias são anticorpos monoclonais - uma classe amplamente utilizada de drogas biotecnológicas que são cópias fabricadas de anticorpos criados pelo corpo humano para combater infecções.
A farmacêutica também espera fornecer até um milhão de doses da terapia de anticorpo único no quarto trimestre, com 100 mil doses disponíveis em outubro. A companhia fechou um acordo de US$ 1.250 por dose com o governo dos EUA e planeja vender para outros países.
Ver todos os comentários | 0 |