O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 4, que o número de casos de sarampo registrados no País cresceu 18% em uma semana. Entre 9 de junho e 31 de agosto, foram confirmados 2 753 casos e outros 15.430 estão em investigação. A pasta informou que vai oferecer para os Estados e o Distrito Federal cápsulas de vitamina A na concentração de 50 mil UI para casos suspeitos da doença em bebê com menos de 6 meses, faixa etária que não pode ser imunizada e que corre mais risco de ter complicações ou de morrer por causa da doença.
O vírus está circulando em 13 Estados e São Paulo tem o maior número de registros. De acordo com o balanço do ministério, foram 2.708 casos e três mortes no território paulista: dois bebês - uma menina de 4 meses em Osasco e um menino de 9 meses na capital; um homem de 42 anos, da capital, também foi vítima.
O levantamento mais atualizado de São Paulo, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde, aponta que foram registrados 2 982 casos, dos quais 1.883 foram na capital. Os números do governo federal e estadual são diferentes porque o dado do País é atualizado com menos frequência.
"O Ministério da Saúde já destinou 1,6 milhão de doses extras da vacina tríplice viral a todos os Estados para garantir a dose extra contra o sarampo em todas as crianças de 6 meses a 11 meses e 29 dias. Só para os 13 Estados que estão em situação de surto ativo de sarampo, vão ser destinadas, 960.907 mil doses. Desse total, 56% já foi enviado para São Paulo, que concentra 99% dos casos." Também há casos no Rio de Janeiro (15), em Pernambuco (12), em Santa Catarina (7) e no Distrito Federal (3)
A pasta diz que adquiriu 28,8 milhões de doses de vacina para garantir o abastecimento no Brasil até o próximo ano.
Vitamina A
Outro anúncio foi a disponibilização de cápsulas de vitamina A na concentração de 50 mil UI para casos suspeitos da doença em crianças com menos de 6 meses. Caso haja suspeita da doença, a criança deve tomar uma dose imediatamente e outra no dia seguinte.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tratamento restaura os níveis da vitamina, que podem cair durante a doença mesmo em crianças bem nutridas, e ajuda a evitar danos oculares e cegueira. Ainda de acordo com a OMS, suplementos de vitamina A demonstraram capacidade de reduzir o número de mortes por sarampo em 50%.
"A distribuição das cápsulas de 50 mil UI será iniciada para as unidades da federação em situação de surto, com o envio de 250 cápsulas (5 caixas) para São Paulo e 100 cápsulas (2 caixas) para cada estado em situação de surto de sarampo", explica o ministério.
Atualmente, a pasta distribui cápsulas de 100 mil UI e 200 mil UI de vitamina A na rotina dos serviços de saúde dentro do programa de suplementação para crianças maiores de 6 meses.
Sobre o bloqueio vacinal, o ministério reforçou a necessidade de vacinação em até 72 horas de pessoas que tiveram contato com o caso suspeito, mas destacou que não há necessidade de revacinação de quem já tomou as doses e tem comprovação vacinal
Entenda o sarampo
O sarampo é uma doença grave e que pode levar à morte, mas pode ser evitada pela vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Ela integra o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e é aplicada aos 12 meses, com reforço aos 15 meses com a tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela).
Até os 29 anos, a recomendação é tomar duas doses do imunizante. Entre 30 e 59 anos, a pessoa deve ser vacinada uma vez. Para quem não sabe se já tomou o número adequado de doses da vacina, a orientação é se vacinar.
Desde agosto, o Ministério da Saúde recomenda que crianças a partir de 6 meses sejam vacinadas contra a doença. Chamada de "dose zero", a imunização não substitui as doses que devem ser tomadas aos 12 e 15 meses.
Quem já teve sarampo não precisa se vacinar, pois já possui os anticorpos para que a doença seja evitada. Clique aqui para saber mais sobre quem deve tomar a vacina.
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Sarampo cresce 18% no país, aponta Ministério da Saúde
A pasta diz que adquiriu 28,8 milhões de doses de vacina para garantir o abastecimento no Brasil até o próximo ano.
Por Estadão Conteúdo
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