O deputado Henrique Pires (MDB) criticou nessa quinta-feira (30) a situação do Estado do Piauí devido ao déficit no programa Mais Médicos. O parlamentar afirmou que o Piauí foi o estado mais prejudicado após a saída dos médicos cubanos.
Desde que os médicos cubanos saíram do programa, quatro em cada dez cidades brasileiras ainda não conseguiram preencher todas as vagas ofertadas. Já foram abertas várias vezes inscrições de médicos, mas o governo federal não tem conseguido preencher todas as vagas, deixando várias cidades, principalmente as mais carentes, prejudicadas.
- Foto: Lucas Dias/GP1Henrique Pires
Nesta quinta-feira foi realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Piauí para tratar sobre esse déficit. Henrique Pires destacou que os médicos cubanos eram bem avaliados pela população e que agora, nem mesmo cidades do litoral, que seriam consideradas “atraentes”, conseguem ter médicos.
“O Piauí foi o Estado mais prejudicado proporcionalmente no Brasil, com o desmonte dos Mais Médicos. Os cubanos que saíram estão fazendo falta, eles eram quase unanimidade nos seus municípios, olha que eu ando muito nesse Piauí muito e nunca vi um prefeito ou cidadão reclamar do atendimento de um médico cubano ou estrangeiro. Já se tem 1.400 médicos formados no exterior participando do programa [no Brasil], mas não foi suficiente. Nós temos cidades como Batalha, Avelino Lopes, São Raimundo Nonato, cidades até bacanas, de praia, como Luís Correia, onde está faltando médicos. Então será que somos incapazes disso. Minha cidade de Pajeú, pode fazer concurso e colocar médico, e a União não pode?”, questionou o parlamentar.
Henrique Pires disse que os órgãos de fiscalização precisam entrar nessa discussão. “Nós vamos acionar o Ministério Público Federal também para entrar nessa luta, pois a população está extremamente prejudicada. O estado poderia fazer algo parecido com o [programa] do Governo Federal, nada impede, o recurso é um só”, afirmou o parlamentar.
Ele afirmou que a situação acaba refletindo na piora do atendimento nos hospitais públicos. “O médico na atenção básica está orientando, cuidado da pessoa no dia a dia, está evitando que ela adoeça. Em um hospital você vai para uma situação mais grave, então aquele grupo que deveria estar tratando de urgência, emergência e das situações mais complicadas acaba sendo demanda para questões mais simples”, disse o deputado estadual.
Ver todos os comentários | 0 |