Fechar
GP1

Saúde

Dr. Pessoa sugere medidas para suprir a saída de médicos cubanos

"Colocar enfermeiros para atenção básica, pois muitos deles têm mais preparo do que os médicos, no setor da atenção básica", disse Dr. Pessoa.

O anúncio da saída dos médicos cubanos do Programa de Saúde da Família (PSF) acabou gerando um sentimento de vulnerabilidade em todo o Brasil. O médico e também deputado estadual pelo Piauí, Dr. Pessoa (Solidariedade), analisou a situação e, durante entrevista ao GP1, nesta terça-feira (20), apontou algumas medidas que poderiam ser adotadas para sanar o problema.

Na cartela de alternativas, ele sugeriu a utilização de enfermeiros para atuar na parte do atendimento primário e alertou para a necessidade de investimentos na atenção primária para prevenir o surgimento de problemas de saúde já no estágio inicial.


“O futuro presidente Bolsonaro deve levantar o olhar para os recursos humanos, com ideias que tenho em mente como a utilização de médicos residentes, sejam da rede pública ou privada, em forma de bolsa, além de médicos estagiários que estejam no último ano. Colocar enfermeiros para atenção básica, pois muitos deles têm mais preparo do que os médicos, no setor da atenção básica. Sou mestre em Saúde da Família, e a maioria dos meus mestres era doutor/enfermeiro. O que acontece, é que muitos de nós médicos e a sociedade em geral, têm preconceito com as outras classes, principalmente a enfermagem”, lamentou o deputado.

  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1Dr. Pessoa lamenta derrota Dr. Pessoa lamenta derrota

“É preciso mais investimento na atenção primária porque quando ela é bem conduzida, com a cobertura completa somada ao saneamento básico, só iriam para os hospitais secundários em torno de 15% e para os hospitais terciários ou quaternários/universitários, em torno de 5%. É preciso mais investimentos, qualificação do atendimento básico, gestão comprometida, pois sem isso, não iremos alcançar uma saúde de qualidade”, advertiu Pessoa.

O deputado estadual também defende a assinatura de um termo de compromisso com os médicos brasileiros que se formarem com dinheiro público, seja nas universidades públicas ou particulares.

“Deveriam assinar um terno de compromisso, que durante um tempo X, teriam obrigação de servir as pessoas mais humildes, trabalhar nas áreas mais vulneráveis. Lógico ganhando relativamente bem dentro da nossa realidade. Se o médico é de escola de nível superior pública, receberia integral o seu salário ou bolsa, se for de escola particular o governo e o profissional iriam discutir como seria a forma de pagamento, ou seja, quanto seria descontado mensalmente”, explicou Dr. Pessoa.

O parlamentar também voltou a dizer que todas essas medidas têm que vir associadas ao combate dos atos ilícitos. "Se o presidente eleito Bolsonaro conseguir colocar em prática todas as ações para combater a corrupção essas medidas serão viabilizadas com mais facilidade. Os atos de corrupção precisam ser combatidos", reafirmou Pessoa.

Saída

O Governo cubano informou na última quarta-feira (14) que estava deixando o Programa Mais Médicos do Brasil após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro que, de acordo com ele, foram “ameaçadoras e depreciativas”. Bolsonaro propôs mudanças que, de acordo com Cuba, são “inaceitáveis” no projeto do governo. O convênio com o governo cubano é feito entre Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Governo Federal publica novo edital do Programa Mais Médicos

Bolsonaro diz que Temer está tratando da saída de médicos cubanos

Cuba abandona programa Mais Médicos após declarações de Bolsonaro

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.