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Política

Lula quer escolher PGR capaz de garantir que Lava Jato não se repita

Entre os candidatos estão Paulo Gonet, Antônio Carlos Bigonha e Aurélio Virgílio Veiga Rios.

Já no Brasil, depois de participar da Assembleia Geral da ONU, nos Estados Unidos, o presidente Lula deve decidir em breve o novo procurador-Geral da República. Segundo a Gazeta do Povo, o escolhido deverá ser capaz de garantir que Lava Jato não se repita.

Entre os candidatos estão Paulo Gonet, apoiado pelos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Antônio Carlos Bigonha, que é o preferido do Partido dos Trabalhadores, e Aurélio Virgílio Veiga Rios, chamado de "terceira via".


Foto: Marcelo Cardoso/GP1Lula
Lula

Lula deve escolher um nome que tenha pouco apetite para instaurar processos investigativos contra o governo, mas que esteja disposto a investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.

Em entrevista à Gazeta, o cientista político Adriano Cerqueira, do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), afirmou que "a PGR está muito enfraquecida por conta do ativismo do STF, que está instaurando uma série de processos investigativos que, na verdade, quem deveria estar assumindo essa dianteira era a PGR".

Entre os membros do Congresso, a conversa é que Lula procura um nome que possa fazer o mesmo que Augusto Aras, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele foi acusado pela esquerda de atuar como o “engavetador-geral” no governo passado ao rejeitar pedidos de investigação contra o ex-mandatário.

Pelo menos é o que as declarações de Lula sobre o assunto dão a entender: “Eu sempre tive o mais profundo respeito pelo Ministério Público. É uma das instituições que eu idolatrava nesse país. Depois dessa quadrilha que o [ex-procurador Deltan] Dallagnol montou, eu perdi muita confiança. Eu perdi porque foi um bando de aloprados que achavam que iriam tomar o poder, atacando todos ao mesmo tempo”, afirmou o petista em live no Palácio do Planalto, em 1º de agosto.

Ministério Público perdeu a sua importância

O cientista político Elton Gomes, professor na Universidade Federal do Piauí (UFPI), pontuou que a indicação do novo PGR se dá em um contexto em que o próprio MPF perdeu força. “A escolha da PGR é uma decisão estratégica, é muito importante para o presidente da República, porque, em última instância, é o PGR que apresenta denúncias contra o presidente e autoridades do governo. Existe uma diferença em relação aos antecessores. O futuro PGR vai vir em um contexto onde o Ministério Público está mais fraco do que o período da Operação Lava Jato”, declarou.

Um dos indícios do esvaziamento da PGR é que acordos de delação premiada, que por lei devem ser negociados pela procuradoria, agora são feitos diretamente pelo STF.

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