O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Raul Araújo, votou nesta quinta-feira (29) contra a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, divergindo assim do corregedor-geral Benedito Gonçalves no julgamento que pode deixar Bolsonaro inelegível por 8 anos.
Araújo, que foi o primeiro ministro a votar após o relator Benedito Gonçalves, não viu argumentos suficientes contra Bolsonaro. Em seu voto, o ministro Raul Araújo defendeu a retirada da “minuta do golpe” encontrada na casa do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, que foi acolhida por Gonçalves em seu voto.
Araújo explicou que, inicialmente, votou a favor da inclusão da minuta nos autos para ser possível uma apuração da relação entre o documento e o processo movido pelo PDT. Depois de analisá-lo, contudo, o ministro concluiu “não haver nexo” entre os casos no julgamento de Bolsonaro.
“Articulo inexistir qualquer conexão com a demanda. Inexiste qualquer elemento informativo capaz de sustentar, para além de ilações, a existência de relação entre a reunião e a minuta de decreto, a qual apócrifa e sem origem e sem data determinadas persiste de autoria desconhecida, a impedir qualquer juízo seguro de vinculação daquele achado com o pleito presidencial de 2022 e com os investigados”, disse o ministro Araújo.
Julgamento de Bolsonaro
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou, nesta quinta-feira (29), o julgamento que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível. O processo contra o ex-chefe do Executivo teve origem em uma ação de autoria do Partido Democrático Trabalhista (PDT), referente a uma reunião de Bolsonaro com embaixadores em julho de 2022.
A Corte analisa uma ação do PDT que acusa Bolsonaro de abuso de poder político, em virtude de uma reunião com embaixadores, na qual criticou o sistema eleitoral.
Ainda faltam votar seis ministros: Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Nunes Marques e Alexandre de Moraes.
Ver todos os comentários | 0 |