O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, fez novo pronunciamento na tarde desta quarta-feira (23), durante coletiva de imprensa convocada mais cedo, para tratar da representação protocolada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a anulação de votos computados em 279 mil urnas eletrônicas no segundo turno das eleições deste ano. O líder do partido do presidente Jair Bolsonaro afirmou que o grupo não está pedindo nova eleição, e sim que a Justiça Eleitoral desconsidere votos registrados em urnas que teriam apresentado irregularidades, segundo relatório de auditoria contratada pelo PL.
Costa Neto iniciou a coletiva ressaltando a legitimidade que o partido tem para questionar o resultado das urnas. “A mídia em geral nos fez entender que nós não temos uma prova [das supostas irregularidades] das urnas que foram publicadas ontem. A Lei Geral das Eleições, que é uma resolução do TSE número 23673/21, o artigo 51 diz o seguinte: as entidades fiscalizadoras poderão solicitar verificação extraordinária após o pleito, desde que sejam relatados fatos e apresentados indícios de circunstâncias que justifiquem, sob pena de indeferimento liminar”, declarou.
Ainda segundo o presidente do PL, o que está em discussão é “a história do Brasil”, dando a entender que o resultado destas eleições pode representar uma “mancha” na democracia do país.
“Nós não estamos discutindo eleição, estamos discutindo a história do Brasil, porque a soma das urnas novas, que têm todo o cadastro, dão a vitória ao presidente Jair Bolsonaro de 1 milhão e 78 mil votos, se não forem consideradas as urnas que têm indícios. Em toda eleição, toda votação, não pode haver dúvidas sobre o voto, o voto tem que ser seguro, e por isso nós fizemos esse levantamento, e se isso for uma mancha na nossa democracia, nós temos que resolver isso agora. Porque o problema é muito sério”, afirmou Valdemar Costa Neto.
O presidente do Partido Liberal disse ainda que “não tem sentido” pedir a realização de novas eleições, mas cobrou uma solução por parte do TSE para o que o PL considera como irregularidades.
“O que não podemos é ficar com um fantasma, como vamos viver, por exemplo, com o fantasma das eleições de 2022? Nós temos que solucionar isso e pedimos ao Tribunal Superior Eleitoral que decida a questão. Não se trata de pedir outra eleição, de fazer nova eleição, não tem sentido, é um negócio que envolve milhões de pessoas”, frisou Costa Neto.
Alexandre de Moraes
Logo após o PL protocolar a representação, nessa terça-feira (22), o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, expediu um despacho pedindo que em até 24 horas o partido também apresentasse dados sobre o primeiro turno das eleições, e não apenas sobre o segundo turno.
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