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Política

Cotada para assumir Ministério da Saúde defende uso da máscara e isolamento

O nome da cardiologista foi levado ao Planalto pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

A médica cardiologista Ludhimila Hajjar é a mais forte candidata a assumir o Ministério da Saúde em meio ao aumento da pressão pela saída do general Eduardo Pazuello. Na quarta-feira, dia 10, o Brasil bateu recorde de mortos pela covid-19: foram 2.349 em 24 horas. Desde o início da pandemia, jã são 277.216 óbitos. Diretora de tecnologia e inovação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Ludhimila já estaria em Brasília para conversar com o presidente Jair Bolsonaro ainda neste domingo, 14, sobre a possibilidade de assumir o cargo.

O nome da cardiologista foi levado ao Planalto pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Quando Luiz Henrique Mandetta deixou o cargo, no ano passado, ela foi uma das cotadas para assumir. Agora aliado ao governo, o Centrão tem aumentado a pressão sobre Bolsonaro pela saída de Pazuello, investigado pela Procuradoria-Geral da República por sua ação durante a pandemia. O general teria pedido para deixar o cargo, alegando problemas de saúde, segundo afirmou reportagem do jornal O Globo.


No sábado à noite, o presidente se reuniu com ministros da ala militar do governo no Hotel de Trânsito de Oficiais do Exército, onde mora Pazuello. Além de ministro da Saúde, participaram da conversa os ministros Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, Braga Netto, da Casa Civil, e Fernando Azevedo, da Defesa. Todos são generais do Exército da reserva, à exceção de Pazuello, que permanece no serviço ativo.

A reunião ocorreu de última hora e não constava na agenda oficial da Presidência ou dos ministros. Eles deixaram o local sem dar declarações à imprensa. A troca no comando da Saúde foi colocada por parlamentares a palacianos como uma forma de segurar a CPI da Covid-19 no Senado.

Ministros com assento no Palácio do Planalto entenderam que a pandemia não é “gripezinha” e que o País enfrenta o pior momento da crise. Essa mensagem foi reforçada a Bolsonaro em reuniões durante a semana. Em meio às especulações sobre a saída de Pazuello, o Ministério da Saúde afirmou em nota na tarde deste domingo que "até o presente momento ele segue no cargo".

Cardiologista renomada

Natural de Anápolis, Goiânia, Ludhimila Hajjar ingressou na Universidade de Brasília (UNB) aos 17 anos e, atualmente, é professora da Associação de Cardiologia da Faculdade de Medicina da USP, coordenadora de cardio-oncologia do InCor e coordenadora da cardiologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Suas linhas de pesquisa têm como foco a cardiologia crítica, a terapia intensiva cirúrgica, a terapia intensiva no paciente oncológico e a cardio-oncologia.

Em entrevista à revista Forbes no fim do ano passado, Ludhmila Hajjar defendeu a necessidade de um plano de coordenação nacional de controle da pandemia. Ela apontou como uma das causas da atual crise sanitária no País a ineficiência do governo na adoção de medidas que poderiam ter minimizado a prevalência da covid-19. A médica também é defensora de medidas combatidas por Bolsonaro, como o uso de máscaras, o distancimento social e o rastreamento dos infectados como forma de evitar a transmissão.

O outro cotado é Marcelo Queiroga, atual presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, Queiroga é especialista em cardiologia e tem doutorado em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto/Portugal. Atualmente, o médico dirige o departamento de hemodinâmica e cardiologia intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley (Unimed João Pessoa) e é médico cardiologista intervencionista no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, Paraíba.

Queiroga também atuou como dirigente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, na qual exerceu a presidência no biênio 2012/2013, sendo membro permanente do seu Conselho Consultivo. Integra o Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba como Conselheiro Titular.

Assim como Ludhmila Hajjar, Marcelo Queiroga defende o isolamento social como forma de combate à pandemia. Ele também se posicionou a favor de medidas que viabilizem seguros para profissionais de saúde da linha de frente. Ambos os médicos já se pronunciaram em diversas ocasiões contra o tratamento precoce, como o uso da cloroquina, para a covid.-19

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