Nesta segunda-feira (04), a bancada do PT decidiu apoiar a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara dos Deputados. A adesão à campanha do deputado foi aprovada por 27 votos, contra 23, em reunião virtual de mais de duas horas.
Em entrevista ao GP1, nesta terça-feira (05), Merlong Solano, que foi um dos deputados que votou a favor da adesão, explicou que o objetivo do bloco é impedir a eleição de um apoiador do presidente Jair Bolsonaro.
“Entendo que seria um grave risco para a democracia brasileira a vitória de um candidato alinhado ao bolsonarismo na Câmara dos Deputados, pois o presidente da Câmara é quem decide a pauta do Congresso Nacional, os projetos do presidente que vêm para o Congresso passam em primeiro lugar pela Câmara e só vão a votação depois que passam nas comissões, e depois quando o presidente da Câmara decide colocar os projetos em votação, trata-se, portanto, de uma posição chave na república brasileira”, esclareceu.
De acordo com Solano, houve três reuniões para decidir sobre a adesão ao bloco. “Participei das reuniões da bancada do PT da Câmara, foram 3 para discutir esse assunto, e ontem eu votei a favor desta decisão de entrar no bloco que eu chamo de bloco da democracia, que é apoiar a candidatura de balei Rossi para a presidência da Câmara dos Deputados”, afirmou.
O deputado disse ainda que entendeu que não havia condições do partido lançar candidatura própria para a presidência da Câmara. “O lançamento de uma candidatura própria do partido nos levaria a uma situação de reprodução de isolamento que já caracterizou nossa decisão na Câmara em 2018 quando a candidatura apoiada pelo PT teve quantidade insignificante de votos, reproduzir agora essa postura de lançar candidatura própria do PT ou de algum outro partido de esquerda poderia facilitar enormemente a vitória do candidato de Jair Bolsonaro na Câmara o que ampliaria muito o seu poder”, afirmou.
“E uma candidatura própria do PT nos retiraria qualquer possibilidade de influenciar nisto, então, felizmente, foi feito todo processo de diálogo com os demais partidos de esquerda e também com partidos do centro que integram o bloco em torno de Baleia Rossi e do atual presidente Rodrigo Maia”, completou o deputado.
O petista voltou a enfatizar que o objetivo maior é evitar uma vitória de Bolsonaro na Câmara. “A prioridade, nesse momento, em relação a condução dos trabalhos na Câmara é evitar a vitória de um candidato alinhado a Jair Bolsonaro, além disso entendo também que trata-se de uma aliança entre diferentes, cada partido mantém sua identidade, não está em jogo a agenda econômica, por exemplo, o PT vai continuar defendendo o que sempre defendeu, de modo que cada partido desse bloco mantém sua independência”, argumentou.
“O que está em jogo é a condução da Câmara dos Deputados, a composição das comissões por onde passam os projetos, e a presidência da Casa que é quem decide o que vai ser votado no plenário, portanto, para ter influência nesse processo de definição do que é votado no país é preciso participar de um bloco ou então ficar sozinho marcando posição. Votei na participação no bloco e também votarei par que o PT mantenha a sua independência sempre em todas as questões que considerar fundamentais para defender os interesses da nossa população”, finalizou.
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