O presidente Jair Bolsonaro confirmou na noite de terça-feira, 3, que tem intenção de recriar o Ministério da Segurança Pública. “Existe a possibilidade”, afirmou Bolsonaro.
Nesta quinta-feira, 4, o presidente tem um encontro com o líder da Frente Parlamentar da Segurança Pública, a chamada bancada da bala, Capitão Augusto (PL-SP), para tratar do assunto. Segundo o deputado, a ideia é que a recriação ocorra até julho. O nome indicado pela bancada para assumir o comando é o do ex-deputado Alberto Fraga (DEM), que é amigo de Bolsonaro.
Quando assumiu o cargo, no fim de abril, André Mendonça chegou a sondar o coronel Araújo Gomes, ex-comandante da Polícia Militar de Santa Catarina, para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública. A nomeação, no entanto, não saiu e o cargo está vago desde a demissão do antigo titular da secretaria, o general Teophilo Gaspar, no início do mês passado. “Eu estou em conversa com o ministro (Mendonça), mas em relação à Secretaria Nacional da Segurança Pública. Nos próximos dias é que vou saber como vai se encaminhar”, afirmou o coronel ao Estadão/Broadcast.
Na mesma entrevista, Bolsonaro afirmou que pode prestar depoimento presencialmente à Polícia Federal no inquérito que investiga se houve interferência política na PF. Segundo o presidente, o inquérito acabará sendo arquivado, mas ele prestará esclarecimentos “sem problema nenhum”.
“Eu acho que esse inquérito que está na mão do senhor (ministro) Celso de Mello (do Supremo Tribunal Federal) vai ser arquivado. A PF vai me ouvir, estão decidindo se vai ser presencial ou por escrito, para mim tanto faz. O cara, por escrito, eu sei que ele tem segurança enorme na resposta porque não vai titubear. Ao vivo pode titubear, mas eu não estou preocupado com isso. Posso conversar presencialmente com a Polícia Federal, sem problema nenhum”, disse o presidente na noite de terça-feira, 2, no Palácio da Alvorada.
Na semana passada, a PF afirmou em documento enviado ao STF que “mostra-se necessária a realização” do depoimento que apura se houve ingerência por parte dele, baseado em acusaçõe de Moro. Nesta terça, o procurador-geral da República, Augusto Aras, manifestou-se favorável ao depoimento.
Após a polêmica do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, tornado público por decisão judicial que faz parte do inquérito, Bolsonaro afirmou que o próximo encontro será aberto à imprensa.
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