O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, dia 27, que nenhum parente dele é investigado pela Polícia Federal em inquéritos em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao pedir demissão, na sexta-feira, 24, então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, acusou Bolsonaro de tentar inferir na PF e obter informações sigilosas de inquéritos abertos no Supremo.
A denúncia motivou pedidos de impeachment no Congresso por suposta tentativa de obstruir a apuração sobre filho de Bolsonaro, além de um pedido de investigação feito pela Procuradoria-Geral da República ao STF. O caso é relatado pelo ministro Celso de Mello.
“Nenhum parente meu está sendo investigado pelo Supremo”, disse Bolsonaro, nesta segunda, na portaria do Palácio da Alvorada. “O ministro que saiu (Moro) fez acusações. É bom que ele comprove, até para minha biografia. No processo do Supremo, ao contrário, ele tem que comprovar o que falou a meu respeito. Espero que o Supremo analise para tirar dúvida da acusação grave que foi feita a meu respeito, seria bom decidir o mais rapidamente possível. O ministro pode apresentar provas, se ele tiver.”
Quem fica com a vaga de Moro na Justiça
Bolsonaro disse que a escolha do novo ministro, substituto de Moro, será publicada nesta terça-feira, no Diário Oficial da União. Ele afirmou que será uma “surpresa positiva” e que há dois nomes na mesa, entre eles o do atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. O presidente elogiou ainda o advogado-geral da União, André Mendonça.
“Além do conhecimento técnico, (é preciso ter) capacidade de dialogar com os demais poderes, ter boa entrada no Supremo, no TCU, no Congresso”, disse Bolsonaro, sobre o perfil que deve ter o novo titula do Ministério da Justiça.
O presidente também confirmou que pretende indicar para o cargo de diretor-geral da PF o delegado Alexandre Ramagem. Amigo da família Bolsonaro, Ramagem é atualmente diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
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