O presidente Jair Bolsonaro voltou a culpar, nesta segunda-feira, 20, os parlamentares e outras corporações pela dificuldade de tomar as medidas necessárias para colocar o País no "rumo certo". Em discurso de quase meia hora na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Bolsonaro disse que o "grande problema é a classe política" e culpou também a imprensa, que para ele, deveria ser "isenta", pelas dificuldades de seu governo.
“É um pais maravilhoso que tem tudo para dar certo, mas o grande problema é a nossa classe política. É nós Witzel, é nós, Crivella, sou eu Jair Bolsonaro, é o Parlamento, em grande parte, é a Assembleia Legislativa... Nós temos que mudar isso”, afirmou ao lado do governador do Rio, Wilson Witzel, e do prefeito do Rio, Marcelo Crivella.
"Eu tenho enfrentado grupos corporativistas, é uma vontade enorme de colocar o Brasil onde ele merece. E grande parte desse sonho passa pelos senhores, os empreendedores", disse, se referindo aos empresários e industriais presentes no evento, que teve por objetivo entregar a medalha Mérito Industrial, que já foi entregue também ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
- Foto: Wilton Junior/Estadão ConteúdoO presidente da República, Jair Bolsonaro, durante cerimônia de entrega de medalhas pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), no edifício sede da Firjan, no centro da cidade do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (20)
"Os senhores são verdadeiros heróis pelo que têm que enfrentar das autoridades municipais, estaduais e do Executivo federal", afirmou. Ele deu como exemplo o que viu recentemente em sua viagem ao Texas, nos Estados Unidos, onde os impostos estaduais são zero.
"O que eu tenho que oferecer a vocês é o meu patriotismo, a humildade, e a coragem de enfrentar grupos corporativistas e uma vontade enorme de colocar o Brasil no lugar que ele merece", afirmou, após receber a medalha Mérito Industrial da Firjan.
Também estavam presentes na homenagem o ministro de Minas e Energia, Bento de Albuquerque, e os presidentes da Petrobrás, Roberto Castello Branco, e do BNDES, Joaquim Levy, entre outras autoridades.
Bolsonaro reclamou que a todo momento tentam desmoralizá-lo, sem citar nomes, e que se a Câmara dos Deputados e o Senado têm proposta melhor do que do governo para a reforma da Previdência, "que apresente", conclamou.
Segundo o presidente, "não há briga entre os Poderes, o que há é uma "grande fofoca": "E como não conseguem nos derrubar por medidas outras, ficam o tempo todo metendo uma cunha entre nós", disse Bolsonaro.
Ele pediu aos convidados do evento, dividido entre empresários e parlamentares, que o ajudassem a acelerar o processo de votação da reforma da Previdência junto às bancadas do Estado no Congresso.
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