Durante entrevista ao site Metrópoles, o governador Wellington Dias (PT) demonstrou novamente ser contra a proposta de Reforma da Previdência do Governo Jair Bolsonaro (PSL).
Wellington falou sobre as propostas apresentadas pelos governadores do Nordeste ainda no início do governo ao presidente, o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro da Economia Paulo Guedes. O governador do Piauí é um dos principais interlocutores do grupo e entende que outras áreas do desenvolvimento não podem parar apenas para a aprovação da reforma.
- Foto: Lucas Dias/GP1Governador do Piauí, Wellington Dias
“A pauta do povo não pode ser só Previdência. Temos que cuidar da Segurança, temos que cuidar da pauta da Economia, acelerar o crescimento, gerar emprego, gerar renda. Precisamos cuidar da pauta da Saúde. Estamos tendo um certo retrocesso em algumas áreas. A Educação vive um momento delicado, o que afeta a parte social. A própria relação internacional naquilo que o Brasil compra e vende, a gente precisa tratar e ver como melhorar a infraestrutura”, disse.
Equilíbrio atuarial
O governador também citou que os governadores entendem como uma necessidade ter um esforço para manter um equilíbrio atuarial, garantindo a cobertura a longo prazo.
“Devemos ter um esforço para um entendimento para o equilíbrio atuarial da Previdência, significa uma fórmula que as receitas próprias da Previdência sejam capazes de sustentar o que está contratado. Isso não é garantia para quem é governador, ministro, é garantia para os trabalhadores”, disse.
Wellington avaliou que algumas medidas da proposta podem impedir ou dificultar a aprovação reforma, como é o caso do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante o benefício assistencial ao idoso e à pessoa com deficiência.
O piauiense defendeu uma espécie de “poupança” com receitas dos estados e “receitas novas”, que seriam advindas de “riquezas” do Brasil.
“Tem que ter um fundo para o equilíbrio atuarial da Previdência com receitas do estados e receitas novas. O ministro Paulo Guedes disse que a União está apertada, então vamos encontrar um caminho. É possível que da receita de uma riqueza que o Brasil tem, advinda de gás e petróleo como royalts, sessão onerosa, bônus de assinatura se traga para suportar o desequilíbrio da Previdência”, disparou.
Outra proposta defendida por Wellington é a cobrança de uma contribuição sobre distribuição de lucros e dividendos das empresas. “Lá na própria proposta já veio a contribuição sobre distribuição de lucros e dividendos e nós defendemos regulamentar”, afirmou.
Piauí
O governador falou sobre o déficit na Previdência do Estado e disse que o governo está “tirando do dinheiro que era para investir em rodovias, saúde, universidades”.
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