O deputado federal Fábio Abreu (PR) conversou com o GP1, neste sábado (23), sobre a Reforma da Previdência e o pacote anticrime. O parlamentar disse que vai votar contra a reforma se os pontos negativos não forem modificados e que o pacote não é a "salvação da lavoura".
“Nós vamos ter essa responsabilidade muito grande para dar um voto para um projeto que tem pontos positivos e negativos e, se os negativos não forem modificados, eu ficarei impossibilitado de votar a favor de uma reforma que venha a prejudicar o trabalhador rural e temos um fator especial que é a minha bandeira também, que são os policiais militares. Então, esses pontos sendo esclarecidos, vamos fazer uma avaliação”, afirmou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Deputado federal Fábio Abreu
Fábio Abreu questionou a idade mínima para o trabalhador rural e para os policiais. “Eu acho que as idades estão boas, dentro da possibilidade, mas por exemplo, o trabalhador rural não pode trabalhar até os 65 anos, se ele chegar ao final dos 65 anos e for obrigado a trabalhar, ele vai estar morto praticamente, então, por que a gente vai estabelecer uma idade mínima para o trabalhador rural? Nós temos também uma incoerência grande, por exemplo, na idade mínima para homens 65 e para mulheres 62 e para policial homens e mulheres vai ser a mesma idade”, criticou.
Para o deputado, esses pontos precisam ser modificados. “Como é que eu estabeleço uma idade diferente para um segmento e para outro vou igualar? São pontos que até acredito que sejam desapercebidos pela equipe que fez o projeto e essa avaliação em relação a essa diferença de idade. São pontos que eu tenho certeza que nas comissões da Câmara Federal vão ser observados e consequentemente serão mudados, resta saber se a equipe do governo vai aceitar essas modificações”, declarou.
Pacote anticrime
Em relação ao pacote anticrime do ministro Sérgio Moro, Abreu disse que está havendo uma divulgação errada e que somente ele não é suficiente para combater a criminalidade. “Está havendo uma divulgação equivocada sobre os efeitos do pacote anticrime, o Governo Federal está levando a entender que aquilo é a ação mais concreta que ele está fazendo para a diminuição da violência e não é, nenhuma possibilidade vem confirmar que se você endurecer as leis vai reduzir a criminalidade se não tiver o aporte financeiro para a estrutura das Polícias Militar, Civil e forças de segurança”, disparou.
“O pacote é importante e ajuda, mas não é a salvação da lavoura, isso é inquestionável, então tem que se ter uma visão diferente em relação a esse ponto para que a gente possa aprovar. Alguns pontos precisam ser mudados, mas o principal é o financiamento que está sendo divulgado pelo Governo Federal”, relatou.
O deputado argumentou que os recursos devem ser prioridade. “O teto é insuficiente para a Segurança Pública, o valor de R$ 500 milhões para um fundo que foi estabelecido pela própria Câmara Federal, Congresso, sancionado pelo presidente e aí a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp) já tira 50% para o Ministério da Justiça e manda 50% para os estados dividirem e tem os critérios que a gente não concorda, o que a gente vai receber de recursos para fazer o trabalho prático? Tem coisas básicas, como combustível, manutenção, questões que façam a população ter o policial nas ruas, então isso aí tem que vir em primeiro lugar antes do pacote anticrime”, argumentou.
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