O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente Jair Bolsonaro, escreveu no Twitter que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, mentiu ao afirmar que teria conversado três vezes com o presidente na terça, 12. Ele também publicou um áudio que indica ter sido gravado pelo presidente em que Bolsonaro diz a Bebianno que não falará com ninguém.
Em entrevista ao jornal 'O Globo', Bebianno negou ser motivo de instabilidade no governo após a repercussão de uma publicação da 'Folha de S. Paulo', que informa que o PSL, partido do presidente, teria financiado uma candidatura laranja no Pernambuco em outubro de 2018. Bebianno era o presidente da sigla na época.
"Falei três vezes com o presidente", disse Bebianno. Carlos, que diz ter estado 24 horas ao lado de Bolsonaro, desmentiu o ministro: "É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano (sic) que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado."
"Não há roupa suja a ser lavada!", escreveu Carlos em uma segunda postagem. "Apenas a verdade: Bolsonaro não tratou com Bebiano (sic) o assunto exposto pelo 'O Globo' como disse que tratou."
No áudio publicado por Carlos, a voz atribuída a Bolsonaro diz: "Gustavo, está complicado eu conversar ainda, então não vou falar. Não vou falar com ninguém a não ser o estritamente essencial. Estou em fase final para possível baixa hoje. Boa sorte aí."
Ontem estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: “É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista.” pic.twitter.com/AqzZ0YPNOO
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) February 13, 2019
Não há roupa suja a ser lavada! Apenas a verdade: Bolsonaro não tratou com Bebiano o assunto exposto pelo O Globo como disse que tratou: pic.twitter.com/pJ4bkvMMGj
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) February 13, 2019
De acordo com a publicação da 'Folha', Bebianno teria sido responsável pela liberação de R$ 250 mil de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro para uma gráfica registrada em endereço de fachada. A gráfica teria sido a mesma usada pela candidata Maria de Lourdes Paixão, que diz ter repassado R$ 380 mil à empresa.
Não é o primeiro atrito entre Carlos e Bebianno. O filho do presidente deixou a equipe do governo de transição em novembro após rusgas com o agora ministro. O vereador chegou a ser cotado para assumir a Secretaria de Comunicação da Presidência. A possibilidade foi comunicada pelo próprio Bebianno em novembro, após ser confirmado como futuro ministro. A atitude de Bebianno foi vista como precipitada e como um “afago falso”, como noticiou o 'Estado'.
“Caráter não se negocia. Quando há compulsão por aparecer a qualquer custo, sempre tem algo por trás", escreveu Carlos no Twitter, à época. "Somos humanos e falhamos, mas a procura por holofote é um péssimo indicativo do que se pode esperar de um indivíduo. Jamais trairei meus ideais."
Auxiliares de Carlos Bolsonaro tinham expectativa de que ele se tornasse uma espécie de conselheiro do pai na área da comunicação. Mas, desde o início da campanha, a aproximação de Bebianno com o então presidenciável do PSL passou a ser vista como negativa pelo vereador. Ele achava que o advogado teria se aliado ao pai por interesses próprios e promoveu alianças que desaprovou.
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