O governador Wellington Dias participou de uma audiência com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, na manhã desta sexta-feira (27), para tratar da liberação do empréstimo de R$ 315 milhões.
Em entrevista a Rádio Cidade Verde, o governador denunciou que foi vítima de chantagem por parte do Governo Federal para que houvesse a liberação do empréstim. “Eu ouvia e posso dizer hoje, porque tenho provas, quando ia a um ministério, a algum lugar pedir pela liberação desse empréstimo, eu ouvi dizer que ‘só libera se você garantir que a bancada do Piauí todo vai votar a favor da Reforma Trabalhista, da Reforma da Previdência’, mas não é correto, os partidos têm suas posições, os parlamentares são livres, tanto na Câmara como no Senado, têm a liberdade de se inteirar, prestam contas com o povo, vão votar de acordo com o seu conhecimento, mas ‘não, só libera o empréstimo se garantir voto na Previdência’, como não conseguia provar isso era difícil, tanto que não tratava [do assunto]”, revelou Dias.
- Foto: Lucas Dias/GP1Wellington Dias, governador do Piauí
Wellington continuou: “Quis Deus que o deputado Carlos Marun, líder do Governo na Câmara, viesse a público de viva-voz dizer isso, ‘só vai ter liberação de empréstimo para quem seguir as orientações do governo aprovando as reformas, sejam elas trabalhista, previdência, quem não votar com o governo não tem dinheiro de empréstimo’, mais ou menos isso o que foi dito”, declarou. “Agora, no momento em que eu estou em Brasília, tratando desse tema, essa foi a razão principal da gente recorrer ao Supremo, mostrar que aqueles princípios da moralidade, liberdade, improbidade, ou seja, do livre discernimento, da independência, não estavam acontecendo”, explicou.
O chefe do Executivo Estadual contou ainda que o ministro Carlos Marun será responsabilizado pela declaração: “O Conselho de Ética do Governo Federal aplicou uma punição ao deputado Marun, uma pena de advertência, isso é muito raro acontecer no Brasil, ainda mais alguém que é deputado, hoje ministro, isso só mostra o quanto nós temos peso pesado nessa luta pelo interesse do Piauí. Por isso temos que ter a lei, o Supremo do nosso lado, exatamente para proteger de poderosos que estão trabalhando contra os interesses maiores do povo do Piauí, se Deus quiser vamos vencer”, finalizou.
Impasse sobre empréstimo
Na quarta-feira (25), a Caixa Econômica Federal apresentou, ao Supremo Tribunal Federal, o cronograma da liberação do empréstimo de R$ 315 milhões ao Governo do Estado após uma determinação do ministro Edson Fachin. Segundo o documento, o valor será pago em duas parcelas, a 1ª no valor de R$ 270 milhões em até 05 dias úteis após a determinação do STF, já a 2ª parcela, de R$ 45 milhões, será pagar em até 45 dias.
No entanto, a Procuradoria Geral do Estado apresentou, na quinta-feira (26), manifestação ao ministro Edson Fachin discordando do cronograma alegando que o mesmo está em contradição com o negociado não atendendo, no entendimento da Fazenda Pública estadual, à determinação do STF no sentido de que a Caixa deponha ao Tribunal o calendário de liberação no termos do instrumento contratual.
Ela pede então a intimação da Caixa Econômica Federal para que, em cumprimento à decisão que deferiu a tutela de urgência, libere no prazo máximo de 48 horas os recursos objeto do contrato de empréstimo sob pena do pagamento de multa diária no valor de R$ 1.000.000,00 (hum milhão de reais), sem prejuízo de sequestro da quantia mencionada.
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