Após entregar a resposta das 50 perguntas feitas pela Polícia Federal, o presidente Michel Temer negou ter participado de irregularidades para beneficiar empresas do setor portuário. Ainda nas respostas, Temer disse não ter autorizado seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures a usar seu nome para fazer negociações com empresários.
As perguntas entregues nesta quinta-feira (18) foram feitas pela PF por suspeitas de ilegalidade na edição de um contrato que aumentava o período de concessão na área dos portos. Em delação premiada no início deste mês, o operador Lúcio Funaro afirmou que Temer teria pedido para que Cunha defendesse os interesses dos portuários em 2013.
- Foto: Renato Costa /Framephoto/Estadão ConteúdoMichel Temer
O presidente, no entanto, afirma que não acompanhou a tramitação do decreto. “Nunca solicitei que o sr. Rodrigo Rocha Loures recebesse recursos de campanha ou de qualquer outra origem em meu nome”, disse em uma das respostas. “Não solicitei que o sr. Rodrigo Rocha Loures acompanhasse o referido decreto e não lhe dei nenhuma orientação a respeito”, completou.
O atual presidente da República é suspeito de ter cometido os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, de acordo com Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República. O magistrado pediu a abertura de inquérito contra Temer.
Ligações
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, autorizou uma investigação com documentos apreendidos na Operação Patmos e interceptações telefônica de Loures. O presidente foi flagrado dando informações a Loures sobre os portos.
Na ligação, quando citado o nome de Ricardo Conrado Mesquita, diretor do Grupo Rodrimar, o presidente festejou a notícia e disse que o deputado afastado seria o “pai da criança”. Temer disse não conhecer o executivo. Nas respostas ele confirmou conhecer o presidente do grupo, Antonio Celso Grecco.
Temer nega que a empresa tenha sido beneficiada com o decreto. “Empresas do Grupo Rodrimar não foram beneficiadas com a edição do decreto”.
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