O Palácio do Planalto não está nada satisfeito com a postura do deputado federal Marcelo Castro e estuda destituí-lo da presidência do Diretório do PMDB do Piauí. O incômodo com a desobediência do piauiense ficou ainda mais visível depois que ele decidiu se ausentar, na última quarta-feira (02), da sessão que votou a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados. Apesar da alegação de que a falta de Castro não prejudicou o presidente no resultado final da análise da denúncia, mas ficou reverberado que, hoje, Marcelo Castro é mais petista do que peemedebista e que essa posição é incompatível com exercício da função de presidente do PMDB.
Lideranças locais e de trânsito livre em Brasília, têm plena convicção de que o parlamentar teria votado a favor do prosseguimento da denúncia, se a legenda não tivesse fechado questão, pois uma desobediência a essa definição partidária, poderia ter lhe rendido substituição imediata e consequente expulsão.
- Foto: Lucas Dias/GP1Marcelo Castro
Não é a primeira vez que o presidente do PMDB piauiense se posiciona contra os interesses da própria legenda e em favor dos planos do Partido dos Trabalhadores, basta lembrar que no ano passado, ele votou contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Depois desse episódio, o deputado federal segue expondo a afinidade com os petistas, inclusive, trabalha nos bastidores para se viabilizar como alternativa para a vaga de Senado na chapa do governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
Para muitos, esse teria sido o principal motivo da ausência de Castro na última quarta-feira, pois assim ele não desagradou ao PT e nem ao chefe do Palácio de Karnak, votando a favor de Michel Temer, considerado pelo Partido dos Trabalhadores o mentor da manobra que derrubou Dilma do Poder Central.
Discurso afiado
Neste final de semana, durante discurso em uma convenção do PMDB do município de Itaueira, sul do Piauí, o deputado federal chegou ao local trajando uma roupa semelhante a que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comumente usa. Na oportunidade, Marcelo Castro, que há poucos dias saiu em defesa do ex-presidente do País, fez questão de colocar que já estava testando a indumentária para recepcionar o líder petista quando esse desembarcasse no Piauí, em setembro desse ano.
Diante de todos esses fatos é certo que o Palácio do Planalto não está mais disposto a fechar os olhos para as traquinagens de seus "correligionários". No caso do deputado piauiense, ele terá que encontrar uma justificativa bastante plausível para se livrar da irritação declarada dos líderes nacionais do PMDB.
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