Após ter 263 votos na Câmara dos Deputados para interromper a análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de uma denúncia por corrupção passiva, o presidente Michel Temer disse, em entrevista publicada nesse sábado (05), pelo jornal o Estado de S. Paulo, que a reforma da Previdência será aprovada no Congresso até o final de outubro, mas admitiu que ela não será “abrangente” como inicialmente previsto.
“A gente faz agora a reforma que é possível. E, sendo uma reforma possível, ela não será tão abrangente como deveria sê-lo. Então, é possível que daqui a seis, sete, oito anos, tenha que fazer uma nova atualização”, disse o presidente na entrevista. Temer também afirmou que a reforma não deve se restringir somente à aprovação de uma idade mínima para a aposentadoria, mas levar a cabo também medidas para reduzir as diferenças entre os sistemas de Previdência privados e públicos.
- Foto: Walterson Rosa/Framephoto/Estadão ConteúdoMichel Temer
Mesmo tendo recebido número de votos suficientes para suspender a possível abertura de ação penal contra Temer, o placar ficou abaixo do esperado pela liderança do governo no Congresso, pelo fato de que são necessários pelo menos 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência.
“Muita gente que votou contra mim vota a favor da Previdência. Nós podemos chegar a 310 votos”, disse Temer. “Eu não acredito que eles votem contra o Brasil”, afirmou. Temer acrescentou ainda que as reformas política e tributária também continuam a ser tratadas como prioritárias pelo governo. Ele não descartou que se analise a possibilidade de novos aumentos de impostos e também a alteração da meta fiscal deste ano, diante da dificuldade do governo de fechar as contas.
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