Nesta quinta-feira (28), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que, apesar de ser aliado do presidente Michel Temer, vai adotar uma postura “republicana” em relação à denúncia protocolada contra o peemedebista. O processo foi enviado à Casa nesta quinta-feira, 29, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o Estadão, Maia disse que será difícil votar todas as denúncias que serão movidas contra Temer, como a base aliada queria que fosse feito. Segundo ele, se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu “fatiar” as acusações, não caberia à Câmara apensá-las.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoRodrigo Maia
“Eu não estou tratando sobre apensamento. Eu estou tratando sobre a denúncia que tem. Eu acredito que Janot vai encaminhar outra peça. Se fosse a mesma peça, não viria separado. Como Janot é um homem preparado, ele não vai copiar e colar, ele vai apresentar outros argumentos”, disse.
Nesta quinta chegou à Câmara, a denúncia que acusa Temer e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures de ter recebido uma mala com R$ 500 mil de propina do grupo J&F. Uma segunda denúncia, sobre obstrução de Justiça, pode ser formulada por Janot. Maia disse que o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo, é quem pode decidir pelo apensamento, caso considere que as duas denúncias devam tramitar em conjunto.
Segundo Maia, é preciso “ter paciência”, porque essa é a primeira vez que um presidente da República é formalmente denunciado por corrupção. “Isso nunca aconteceu, a gente vai construindo em conjunto, de forma democrática. Não há aqui nenhuma vontade, por ser de um partido da base e ser aliado do presidente, de descumprir nenhum milímetro o regimento da Casa e a Constituição”, disse.
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