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Política

Propina pagou Chanel e Dior de mulher e filha de Cunha

Claudia Cruz e Danielle Dytz gastaram cerca de 86.000 dólares em artigos de luxo das marcas Chanel, Dior, Balenciaga e Louis Vuitton.

Uma denúncia do Ministério Público Federal contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aponta que compras de artigos de luxo da mulher e da filha de Cunha no exterior “foram pagas com parte do dinheiro de propina".

Entre dezembro de 2002 e julho de 2015, Claudia Cruz e Danielle Dytz da Cunha Doctorovich gastaram cerca de 86.000 mil dólares com produtos das marcas Chanel, Dior, Balenciaga e Louis Vuitton.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, tem a tutela dos processos de Claudia e Danielle, já que elas não possuem foro privilegiado. Eduardo Cunha foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro perante o Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante estadia em Paris em janeiro de 2014, Claudia Cruz gastou US$ 17.483,84 (R$ 64.387,70) em três dias. Foram gastos 7.707,37 dólares na loja Chanel, 2.646,05 dólares na Christian Dior, 4.184,94 dólares na Charvet Place Vendôme e 2.945,48 dólares na Balenciaga.
Imagem: DivulgaçãoCláudia Cruz e Eduardo Cunha(Imagem:Divulgação)Cláudia Cruz e Eduardo Cunha
"Todos estes valores foram pagos com parte do dinheiro de propina recebido por Eduardo Cunha. As despesas pagas em cartão de crédito com as quantias ilícitas recebidas podem ser verificadas nos extratos dos cartões de créditos da Corner Card. Referidos extratos demonstram despesas completamente incompatíveis com os lícitos declarados do denunciado e de seus familiares", diz a denúncia do Ministério Público.

A Procuradoria-Geral da República diz que a família de Cunha se favoreceu de mais de 5 milhões de dólares que o presidente da Câmara recebeu "por viabilizar a aquisição de um campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras".

A investigação concluiu que Claudia Cruz é a única titular da conta Kopec, na Suíça, onde “transitou dinheiro ilícito”. Danielle Dytz aparece como beneficiária do cartão de crédito com gastos sequenciais de grandes valores em hospedagens, restaurantes e viagens ao exterior.

O ministro do Supremo, Teori Zavascki, enviou o processo da mulher e da filha de Cunha para o juiz Sérgio Moro. A determinação atendeu a uma manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob a justificativa de que elas não têm foro privilegiado.

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