O senador Elmano Férrer (PTB) cobrou a retomada de obras de grande porte para a região Nordeste. Em pronunciamento no Senado nesta sexta-feira, dia 18, o parlamentar lembrou a medida anunciada recentemente pelo Governo que prevê a retomada de obras de pequeno porte, especialmente no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Entretanto, Férrer acredita que agilizar projetos estruturantes em andamento no país é fundamental para aumentar o impacto social e econômico das obras.
Elmano citou como exemplo a retomada das obras da ferrovia Transnordestina. “Se estivesse concluída, teríamos hoje um magnífico corredor de escoamento da produção agrícola, com a interligação da cidade de Eliseu Martins aos portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco. Lamentavelmente, a Transnordestina tem se arrastado há mais de 10 anos, entre períodos de paralisações, retomadas e execução em ritmo lento, sem expectativa de uma retomada vigorosa. Isso tem prejudicado sobremaneira o desenvolvimento social e econômico planejado para a região nordeste como um todo”, destacou.
Obras desse porte, segundo o senador, quando paralisadas, impactam negativamente a economia de municípios inteiros. “Temos o exemplo do município de Salgueiro, em Pernambuco, que chegou a ser o maior polo gerador de empregos no brasil no biênio 2010/2011, e hoje vive em situação de crise de emprego e renda. Os postos de trabalho sumiram não apenas em setores diretamente ligados à ferrovia, mas também em ramos econômicos estimulados pela chegada de trabalhadores de outras cidades. Muitos comerciantes e empresários investiram em hotéis, restaurantes, lojas e na construção de imóveis, apostando em um aquecimento da economia local que, para sua frustração, não vingou”, comentou.
- Foto: Nayrana Meireles/GP1Elmano Férrer
De acordo com o senador, os prejuízos econômicos e financeiros do país são enormes. “Os números falam por si: a Transnordestina, iniciada em 2006, tinha conclusão prevista para o ano de 2010, e orçamento de R$ 4,5 bilhões. Hoje, a previsão mais otimista é de que sua conclusão ocorrerá no final de 2018, e seu custo já saltou para mais de R$ 11 bilhões”, afirmou.
Elmano disse ainda que o Brasil possui um “triste quadro do cemitério de obras inacabadas” que não se restringe às obras de responsabilidade do Governo Federal. “Este é um problema que se replica por todos os estados da federação, em obras custeadas pelos próprios Estados e municípios”, completou, ressaltando ainda que no Piauí há dezenas de obras que se encontram paralisadas, por razões diversas, como falta de recursos, má execução, má gestão dos recursos disponíveis, projetos inadequados.
“São, por exemplo, obras de esgotamento sanitário e abastecimento d’água em cidades de norte a sul do Estado, como Teresina, Floriano, Parnaíba, Amarante, Oeiras, Luzilândia entre várias outras. Obras de barragens e adutoras importantes estão paradas. Mesma situação de diversas obras de pavimentação e recuperação de rodovias estaduais. Sem falar em hospitais, escolas, obras de mobilidade urbana, que vivem situações similares”, relatou o parlamentar.
Férrer destacou que a medida do Governo Federal, de retomar nos próximos meses estas 1600 obras paralisadas, deve servir de exemplo para os demais entes federados com planejamento e organização, mesmo frente às dificuldades financeiras que o país atravessa, é possível definir prioridades e investir em ações de infraestrutura indispensáveis para o desenvolvimento social e para a retomada do crescimento econômico da nação.
“O Senado Federal pode contribuir com o debate acerca das obras públicas. Em 8 de novembro deste ano foi instalada a comissão especial que fará um levantamento das obras federais paralisadas e identificará as causas da paralisação, além de propor leis para evitar novas ocorrências”, frisou Elmano.
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