Imagem: Sérgio LimaDelator da lava-jato diz que Cunha dava a palavra final
Mais um investigado da Operação Lava Jato fechou acordo de delação premiada e novamente o nome do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi citado. Eduardo Musa, ex-gerente da Área Internacional da Petrobras, afirmou que cabia a cunha, como parlamentar, dar a “palavra final” nas decisões da diretoria internacional, comandada na época pelo atual réu no Petrolão, Jorge Zelada.
Eduardo Cunha já foi acusado pelo lobista Júlio Camargo de embolsar 5 milhões de dólares em propina em contratos de navios-sonda com a Petrobras.
Musa, em depoimento acordado de delação premiada, disse que coube ao lobista João Augusto Henriques, preso na 19ª faz de Lava Jato, emplacar Zelada na cúpula da estatal, embora fosse de Cunha a influência direta sobre a gestão da companhia.
“João Augusto Henriques disse ao declarante que conseguiu emplacar Jorge Luiz Zelada para diretor Interacional da Petrobras com o apoio do PMDB de Minas Gerais, mas quem dava a palavra final era o deputado Eduardo Cunha, do PMDB-RJ”, diz trecho da delação.
Por meio de sua assessoria, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse não conhecer o delator Eduardo Musa.
O sucessor de Nestor Cerveró na Petrobras, Jorge Zelada, é réu na Lava Jato por ter recebido propina para beneficiar a empresa americana Vantage Drilling no contrato de afretamento do navio-sonda Titanium Explorer.
Além de Zelada, o ex-diretor geral da área Internacional da petroleira Eduardo Musa e os lobistas Hamylton Padilha, Raul Schmidt Felippe Junior, João Augusto Rezende Henriques e o executivo da Hsin Chi Su também se tornaram réus.
De acordo com o Ministério Público, pelo menos 31 milhões de dólares foram parar nas mãos de Zelada, Musa e do PMDB. No esquema, Padilha, Raul Schmidt Junior e João Augusto atuavam como intermediários da negociação.
Segundo o delator, “Henriques ficaria encarregado do pagamento de vantagem indevida pelo apoio recebido do PMDB” e Jorge Zelada foi citado como beneficiário de propina no esquema.
As suspeitas de propina envolvendo a empresa Vantage foram reforçadas pelas revelações do novo delator. Musa disse aos procuradores em Curitiba que recebeu 500.000 dólares em propina em 2009 para ajudar a empresa e que o acerto do dinheiro sujo foi feito com João Augusto Henriques e com o próprio Zelada.
O delator afirmou que Padilha assumiu que “havia um esquema montado para que a Vantage obtivesse o contrato” e que a Henriques estava na frente da organização das transações.
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