Imagem: Ueslei Marcelino/ReutersRenan Calheiros
Nesta terça-feira (22), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), assumiu a frente da articulação para derrubar a sessão do Congresso agendada para apreciar vetos presidenciais que, se derrubados, podem ter um impacto bilionário para os cofres da União.
Depois de uma reunião com líderes partidários será anunciada uma posição oficial sobre o adiamento. Antes do encontro, Renan defendeu o adiantamento da sessão e disse que os parlamentares não devem “potencializar” a crise política e econômica.
“Chegou a hora de fazermos um apelo pela responsabilidade fiscal. Por causa desse risco enorme da desarrumação fiscal e da potencialização da crise não reunimos o Congresso Nacional há seis meses. Se for necessário, passaremos mais tempo cedendo a um apelo à responsabilidade fiscal”, afirmou Calheiros.
O governo tem trabalhado para derrubar a sessão, seja derrubando o quórum para qualquer deliberação, seja adiando-a por acordo.
A sessão em que os deputados e senadores vão discutir se mantém ou não a decisão do Executivo de barrar o reajuste salarial de até 78% a servidores do judiciário está agendada para hoje à noite. Os parlamentares podem derrubar também outros temas que comprometem o caixa governamental, como o que flexibiliza o fator previdenciário.
Esses dois temas causam medo no Palácio do Planalto, que tenta conter o descrédito dos investidores e segurar a escalada do dólar, cotado a mais de R$4,00 hoje.
Um dos principais temas discutidos na reunião semanal de coordenação política entre Dilma e seus ministros foi a possível derrubada de vetos presidenciais. As cúpulas da Câmara e do Senado acreditam que a votação de “pautas-bombas” pode agravar ainda mais a situação do país.
"Queremos ajudar e a maior sinalização que o Congresso pode dar hoje é a de que não quer que o Brasil aumente o seu risco. E realizar a sessão do Congresso Nacional é potencializar o risco do Brasil. Mais do que nunca é preciso fazer um apelo à responsabilidade fiscal. Não podemos aumentar o risco do Brasil e o Congresso fará o que for possível para que não agravemos essa situação", afirmou Renan.
O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também defendeu na manhã desta terça (22) que não seja realizada a sessão do Congresso. “[Derrubar] o veto ai ser ruim. Do ponto de vista pragmático, acho melhor não correr esse risco [de realizar a sessão] e adiar porque, se o governo perder, essa sinalização para o mercado vai ser horrorosa”, declarou. “A situação já tem uma instabilidade e você não deverá correr muitos riscos. Para não correr riscos, o ideal é que ele [Renan Calheiros] adie”, concluiu.
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