O deputado federal Jesus Rodrigues (PT) publicou um artigo em que fala sobre a decisão da maioria dos ministros do STF que decidiram absolver os acusados do mensalão pelo crime de quadrilha.
A absolvição aconteceu logo após a entrada de dois novos ministros que votaram a favor da absolvição. Para ele, a decisão dos ministros não deve ser criticada.
O deputado aproveita para voltar a criticar Joaquim Barbosa, que deixou claro que não gostou da decisão e até mesmo disse que a nação precisava ficar alerta ao que tinha acontecido no julgamento.
“Já acusei em outro artigo o ministro Joaquim Barbosa de estar traindo a Justiça ao usar a Suprema Corte como trampolim para seus planos de candidatura e agora com o seu "alerta à nação" e o manifesto desrespeito contra aqueles ministros que não concordaram com sua opinião é mais uma senha que ele deseja construir a imagem de "Salvador da Nação". Quem viver verá”, disse.
Confira o artigo na íntegra:
Um resultado muda o Supremo?
Volta à mídia a Ação Penal 470, agora plantando que o Supremo Tribunal Federal decepcionou o povo brasileiro porque não reconheceu o crime de formação de quadrilha. Mas vejam que a festa feita na decisão anterior pela condenação deixou escondido o placar de seis votos reconhecendo do crime de formação de quadrilha, quatro votos contra e uma abstenção de Cezar Peluso. A imprensa e Joaquim Barbosa realçaram apenas o resultado. Desejavam formar uma opinião pública de que aquela era a decisão final da Suprema Corte. Não interessava a Joaquim Barbosa nem à Rede Globo e ao PIG - Partido da Imprensa Golpista alertar a população de que os embargos infringentes poderiam mudar o resultado.
O resultado de seis a quatro e uma abstenção permitia o recurso e assim foi feito. Nenhum desses réus deixaria de fazê-lo, até porque estão na última instância, não caberia recorrer a outro órgão de justiça se não ao próprio STF. Nesse período de um ano e pouco, da decisão inicial até agora, saíram dois ministros, Ayres Britto e Cezar Peluso. Dois foram empossados, Teori Zavascki e Luís Barroso. Com essa nova formação, os embargos infringentes foram apreciados e a votação ficou de seis votos, absolvendo do crime de formação de quadrilha e cinco a favor. Mudou o resultado, é claro, mas mudou o STF?
Na minha opinião, o Supremo continua o mesmo, as regras de nomeação e aposentadoria não mudaram nesse período. Não aconteceu nenhuma violação ao estado democrático de direito, não entrou em vigor nenhuma nova Constituição ou PEC - Proposta de Emenda Constitucional que mudasse a sistemática, então, seria incoerente da minha parte dizer que no primeiro resultado que condenava, o Tribunal não prestava e agora que absolve ele é bom. Mas esse raciocínio deveria valer também para aqueles que aplaudiram o primeiro resultado e agora jogam pedras na Corte ou suspeição sobre os dois ministros novatos. O Tribunal é o mesmo, feito por onze pessoas singulares como todo ser humano.
Quero assim tornar mais clara minha opinião pessoal de que não compartilho o mito de que esses ministros são seres extraordinários, isentos e imunes a qualquer influência externa aos autos do processo. Extraordinários devem ser seus conhecimentos jurídicos. No mais, são pessoas como qualquer outra, torcem por um time de futebol, gostam de um tipo de música, têm suas preferências filosóficas, seus sentimentos e formam suas convicções, ou votos, a partir do caldo de cultura que cada um acumulou ao longo de suas vidas. É assim que eles votam, quer eu goste ou não, respeitamos o resultado, mas...
Tenho feito críticas aos ineditismos usados na Ação Penal 470 como os indícios que se tornaram prova, a aplicação do domínio do fato, o trânsito em julgado parcial, o atropelo do devido processo legal. Junte a isso uma cobertura telenovelesca e eu formo minha opinião de que esse caso vem montando um palanque político eleitoral. Já acusei em outro artigo o ministro Joaquim Barbosa de estar traindo a Justiça ao usar a Suprema Corte como trampolim para seus planos de candidatura e agora com o seu "alerta à nação" e o manifesto desrespeito contra aqueles ministros que não concordaram com sua opinião é mais uma senha que ele deseja construir a imagem de "Salvador da Nação". Quem viver verá.
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A absolvição aconteceu logo após a entrada de dois novos ministros que votaram a favor da absolvição. Para ele, a decisão dos ministros não deve ser criticada.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Deputado Jesus Rodrigues
“Quero assim tornar mais clara minha opinião pessoal de que não compartilho o mito de que esses ministros são seres extraordinários, isentos e imunes a qualquer influência externa aos autos do processo. Extraordinários devem ser seus conhecimentos jurídicos. No mais, são pessoas como qualquer outra, torcem por um time de futebol, gostam de um tipo de música, têm suas preferências filosóficas, seus sentimentos e formam suas convicções, ou votos, a partir do caldo de cultura que cada um acumulou ao longo de suas vidas. É assim que eles votam, quer eu goste ou não, respeitamos o resultado, mas...”, disse.O deputado aproveita para voltar a criticar Joaquim Barbosa, que deixou claro que não gostou da decisão e até mesmo disse que a nação precisava ficar alerta ao que tinha acontecido no julgamento.
“Já acusei em outro artigo o ministro Joaquim Barbosa de estar traindo a Justiça ao usar a Suprema Corte como trampolim para seus planos de candidatura e agora com o seu "alerta à nação" e o manifesto desrespeito contra aqueles ministros que não concordaram com sua opinião é mais uma senha que ele deseja construir a imagem de "Salvador da Nação". Quem viver verá”, disse.
Imagem: ReproduçãoMinistro Joaquim Barbosa
Confira o artigo na íntegra:
Um resultado muda o Supremo?
Volta à mídia a Ação Penal 470, agora plantando que o Supremo Tribunal Federal decepcionou o povo brasileiro porque não reconheceu o crime de formação de quadrilha. Mas vejam que a festa feita na decisão anterior pela condenação deixou escondido o placar de seis votos reconhecendo do crime de formação de quadrilha, quatro votos contra e uma abstenção de Cezar Peluso. A imprensa e Joaquim Barbosa realçaram apenas o resultado. Desejavam formar uma opinião pública de que aquela era a decisão final da Suprema Corte. Não interessava a Joaquim Barbosa nem à Rede Globo e ao PIG - Partido da Imprensa Golpista alertar a população de que os embargos infringentes poderiam mudar o resultado.
O resultado de seis a quatro e uma abstenção permitia o recurso e assim foi feito. Nenhum desses réus deixaria de fazê-lo, até porque estão na última instância, não caberia recorrer a outro órgão de justiça se não ao próprio STF. Nesse período de um ano e pouco, da decisão inicial até agora, saíram dois ministros, Ayres Britto e Cezar Peluso. Dois foram empossados, Teori Zavascki e Luís Barroso. Com essa nova formação, os embargos infringentes foram apreciados e a votação ficou de seis votos, absolvendo do crime de formação de quadrilha e cinco a favor. Mudou o resultado, é claro, mas mudou o STF?
Na minha opinião, o Supremo continua o mesmo, as regras de nomeação e aposentadoria não mudaram nesse período. Não aconteceu nenhuma violação ao estado democrático de direito, não entrou em vigor nenhuma nova Constituição ou PEC - Proposta de Emenda Constitucional que mudasse a sistemática, então, seria incoerente da minha parte dizer que no primeiro resultado que condenava, o Tribunal não prestava e agora que absolve ele é bom. Mas esse raciocínio deveria valer também para aqueles que aplaudiram o primeiro resultado e agora jogam pedras na Corte ou suspeição sobre os dois ministros novatos. O Tribunal é o mesmo, feito por onze pessoas singulares como todo ser humano.
Quero assim tornar mais clara minha opinião pessoal de que não compartilho o mito de que esses ministros são seres extraordinários, isentos e imunes a qualquer influência externa aos autos do processo. Extraordinários devem ser seus conhecimentos jurídicos. No mais, são pessoas como qualquer outra, torcem por um time de futebol, gostam de um tipo de música, têm suas preferências filosóficas, seus sentimentos e formam suas convicções, ou votos, a partir do caldo de cultura que cada um acumulou ao longo de suas vidas. É assim que eles votam, quer eu goste ou não, respeitamos o resultado, mas...
Tenho feito críticas aos ineditismos usados na Ação Penal 470 como os indícios que se tornaram prova, a aplicação do domínio do fato, o trânsito em julgado parcial, o atropelo do devido processo legal. Junte a isso uma cobertura telenovelesca e eu formo minha opinião de que esse caso vem montando um palanque político eleitoral. Já acusei em outro artigo o ministro Joaquim Barbosa de estar traindo a Justiça ao usar a Suprema Corte como trampolim para seus planos de candidatura e agora com o seu "alerta à nação" e o manifesto desrespeito contra aqueles ministros que não concordaram com sua opinião é mais uma senha que ele deseja construir a imagem de "Salvador da Nação". Quem viver verá.
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