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Política

Doleiro diz que no PP de Ciro "só dois" políticos não estão envolvidos no esquema de corrupção

O que vem chamando atenção é que a filha de Ciro Nogueira namora Alexandre Traboulsi, filho de Fayed, que por sua vez, seria sócio de Youssef no esquema criminoso da Lava-Jato.

O sitio da revista Veja publicou novas revelações sobre as investigações da Operação Lava Jato, que apura os casos de corrupção na Petrobras. Segundo a revista o doleiro Alberto Youssef afirmou a investigadores da Operação Lava Jato que "só sobram dois no PP", em referência ao envolvimento de políticos do Partido Progressista no esquema de corrupção na Petrobras. Youssef voltou a citar integrantes do partido em delação premiada aos procuradores da força-tarefa que apura crimes relacionados a negócios da estatal. O doleiro é o principal acusado de lavar dinheiro desviado de contratos superfaturados da Petrobras para a legenda.

O PP, segundo a reportagem, tem papel relevante no escândalo, de acordo com a investigação. A força-tarefa da Lava Jato acredita que os desvios na petrolífera ocorrem há pelos menos quinze anos. Mas foi o ex-deputado José Janene (PP-PR), réu no processo do mensalão morto em 2010, quem organizou a corrupção na estatal, fazendo com que as cúpulas das siglas envolvidas fossem beneficiadas diretamente.

Nas palavras de um investigador, "Janene transformou a corrupção no varejo em esquema de organização partidária". O modelo que ele teria criado consistia em concentrar a negociação e o pagamento de propinas num diretor, e não mais em vários agentes públicos dentro da estatal.

Em depoimentos no processo que tramita na Justiça Federal no Paraná, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro afirmaram que ao menos 1% do valor dos contratos da Diretoria de Abastecimento era repassado para o PP. A ideia teria sido copiada por PT e PMDB, os dois principais partidos da coalizão governista.

Caberá ao Supremo Tribunal Federal autorizar a investigação sobre o suposto envolvimento de autoridades com direito a foro privilegiado, como ministros de Estado e congressistas, no esquema da Petrobrás. O ministro do Supremo Teori Zavascki é o relator do processo. Os nomes dos políticos estão sendo citados em delações premiadas, cujo conteúdo integral está sob sigilo.

Com o fim da contribuição de Youssef, que prestou seu último depoimento na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pretende começar a pedir as primeiras aberturas de inquérito ao STF. Para Janot, já há elementos para que a participação de políticos seja apurada.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), não quis comentar a declaração de Youssef sobre o envolvimento do partido no esquema. Ciro disse que, até o momento, "não há nada de oficial" que envolva parlamentares da legenda e que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e prestar esclarecimentos.

Laços de família

Ciro Nogueira (PP-PI) tem vivido momentos tensos desde quando teve o nome citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em depoimento à Polícia Federal. O delator relacionou o presidente do PP com o esquema levantado pela Operação Lava-Jato. Contou que um de seus assessores viajara com passagem bancada pelo doleiro Alberto Youssef. Ciro demitiu o tal assessor e disse que não conhecia Youssef. Nessas horas escandalosas, o melhor é manter distância de doleiros enrascados. Mas há um laço que será difícil de o senador romper por vontade própria. A filha dele, Maria Eduarda Nogueira, namora Alexandre Flausino Traboulsi, filho de Fayed, doleiro também muito encrencado em outras operações policiais.


Em escutas telefônicas, Fayed diz que passou bens para o nome de Alexandre. Um deles, um Jeep Wrangler de 120?000 reais. O carro foi apreendido pela PF. Alexandre tentou reaver o veículo na Justiça com o argumento de que não é um dos investigados. Não colou.
Os investigadores alegam que ele não tem autonomia financeira. Alexandre seria um laranja do pai, Fayed, que, por sua vez, seria sócio de Youssef no esquema criminoso da Lava-Jato, de acordo com uma das linhas de apuração.

Será que os sogros já foram apresentados?

*Com informações de veja.com.br e vejabrasilia

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