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Política

Deputada Iracema Portella participa do I Seminário Internacional da Procuradoria Especial da Mulher

O objetivo do evento foi discutir as atribuições da Procuradoria e trocar experiências de políticas públicas na área de gênero com parlamentares da América Latina.

Nesta quinta-feira, dia 16 de junho, a deputada federal Iracema Portella (PP-PI) participou do I Seminário Internacional da Procuradoria Especial da Mulher. O objetivo do evento foi discutir as atribuições da Procuradoria e trocar experiências de políticas públicas na área de gênero com parlamentares da América Latina.

Imagem: Jaciara AlvesIracema Portella participa do I Seminário Internacional da Procuradoria Especial da Mulher(Imagem:Jaciara Alves)Iracema Portella participa do I Seminário Internacional da Procuradoria Especial da Mulher


Entre os temas abordados nos painéis do Seminário, foram os desafios do Legislativo na atuação de gênero, tendências latino-americanas em ações nesse campo e o papel das mulheres no Parlamento.

A presença de mulheres nos Parlamentos Mundiais não chega a 20%, segundo dados da União Interparlamentar (UIP). Esta sub-representação é generalizada, pouquíssimos países se aproximam da paridade de gênero.

O Brasil ocupa uma das últimas posições no ranking da UIP, com cerca de 10% de presença feminina na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. O percentual é muito baixo, também, nas assembléias legislativas e nas câmaras municipais, entre 11% e 12%.

Esse quadro se deve a diversos motivos, entre eles a idéia ainda reproduzida de que à mulher cabe o espaço doméstico ou privado, e não o público, o da política, culturalmente reservado aos homens.

Imagem: Jaciara AlvesDeputadas Margarete Coelho, Flora Izabel e Iracema Portella(Imagem:Jaciara Alves)Deputadas Margarete Coelho, Flora Izabel e Iracema Portella


Para a manutenção desta desigualdade no Parlamento o não cumprimento por parte dos partidos políticos brasileiros da legislação que assegura uma cota por sexo, mínima de 30% e máxima de 70%, para as candidaturas nas eleições proporcionais. A Lei não impõe sanções ao seu descumprimento. Tais distorções fazem com que a democracia brasileira ainda não seja representativa e participativa em relação a todos os segmentos da sociedade.

O Seminário, que foi realizado das 9 às 18 horas, no auditório Nereu Ramos, teve apoio do Banco Mundial e da bancada feminina da Câmara. “A criação de uma Procuradoria da Mulher no âmbito do Poder Legislativo é uma iniciativa inédita e ousada da Câmara dos Deputados do Brasil, e nós queremos discutir essa experiência com as nossas colegas parlamentares, federais, estaduais e de outros países latinos, além de outras lideranças na área de gênero”, explica a procuradora da Mulher da Câmara, deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA).

Em março deste ano, pela primeira vez, a procuradora foi eleita pelas 47 deputadas que integram a bancada feminina. Além da deputada Elcione, também foram eleitas para um mandato de dois anos, como procuradoras adjuntas, as deputadas Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), Flávia Morais (PDT-GO) e Sandra Rosado (PSB-RN) – primeira, segunda e terceira adjunta, respectivamente.

Criada em 2009, a Procuradoria tem a missão de representar e defender todas as mulheres brasileiras. Regimentalmente cabe à Procuradoria receber e encaminhar denúncias de violência e discriminação; fiscalizar e acompanhar a execução de programas do governo federal que visem à promoção da igualdade de gênero; cooperar com organismos nacionais e internacionais; além de promover pesquisas e estudos sobre violência e discriminação contra a mulher.

Na prática, contudo, segundo a deputada Elcione, a Procuradoria ainda está em busca do seu espaço. “A Procuradoria ainda é um órgão recente e que está à procura de ‘personalidade própria’. Estamos montando um projeto de ação para estes dois anos de trabalho para o qual fui eleita, juntamente com as adjuntas. Esse projeto se baseia em quatro eixos prioritários: 1) combate a todos as formas de violência; 2) apoio a ações de igualdade e empoderamento econômico; 3) acompanhamento e fiscalização da Política Nacional de Saúde da Mulher; 4) promoção de maior igualdade de gênero no espaço político”, explica a procuradora.

O evento alcançou a meta de um fórum de debates para todas as entidades e organizações voltadas para as políticas de gênero para aprofundar a discussão sobre representação política e os desafios do Legislativo na atuação de gênero.
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