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Polícia

Teoria dos escolhidos: pastores ganharam milhões enganando fiéis no Brasil

Fiéis eram convencidos de que Deus havia determinado que eles estavam predestinados a receber fortunas.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) deflagrou nessa quinta-feira (30) a terceira fase da Operação Falso Profeta, que desmantelou uma organização criminosa responsável por aplicar um dos golpes mais lucrativos já investigados no Brasil. A quadrilha se aproveitava da fé de milhares de fiéis, enganando pelo menos 50 mil vítimas e movimentando mais de R$ 160 milhões nos últimos anos. O grupo baseava-se na ideia de que algumas pessoas seriam “escolhidas” para receber grandes fortunas, promovendo promessas absurdas de riquezas iminentes.

Utilizando redes sociais como YouTube, Telegram, Instagram e WhatsApp, os criminosos divulgaram a teoria conspiratória “Nesara Gesara”, que afirmava que um evento global traria enormes riquezas para pessoas supostamente escolhidas. Até o momento, a Operação Falso Profeta, que está em andamento há mais de dois anos, identificou cerca de 200 membros ativos da organização, incluindo pastores, advogados e influenciadores.


Alguns exemplos das promessas feitas eram: "Deposite R$ 25 e receba um octilhão de reais"; e "Invista R$ 2 mil e ganhe 350 bilhões de centilhões de euros".

Para manipular psicologicamente as vítimas, o grupo criava um ambiente de pressão, assegurando que aqueles que duvidassem ou se recusassem a contribuir estariam rejeitando um presente divino. Líderes religiosos envolvidos no esquema reforçavam a credibilidade da fraude, tornando-a ainda mais convincente.

Além disso, os golpistas criaram falsos bancos digitais para simular transferências milionárias e documentos ideologicamente falsos, garantindo a ilusão de que as fortunas seriam repassadas às vítimas. O grupo movimentou R$ 160 milhões desde 2019.

Até agora, as ações policiais resultaram em 16 mandados de busca e apreensão cumpridos e bloqueio de contas bancárias e redes sociais determinadas pela Justiça. Quatro pessoas já foram presas e condenadas por estelionato.

Apesar das prisões, a quadrilha continuou a expandir suas atividades fraudulentas. A Polícia Civil alerta a população para que não caia em promessas de enriquecimento fácil e para que desconfiem de esquemas que exigem dinheiro antecipado. O caso destaca a importância de questionar qualquer proposta financeira que envolva grandes lucros sem esforço, especialmente quando associada a discursos religiosos ou promessas espirituais.

Os suspeitos enfrentam acusações de estelionato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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