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Polícia

Delegado e agentes da Polícia Civil são afastados por “parceria” com o PCC

Os quatro foram presos no último dia 17, em operação conjunta da PF e do Ministério Público de São Paulo.

Um delegado e três agentes da Polícia Civil de São Paulo foram presos e afastados de suas funções após serem acusados de integrar uma quadrilha com ligação ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do país. Conforme informou o site Metrópoles, os acusados, Fábio Baena Martin, Eduardo Lopes Monteiro, Marcelo Marques de Souza e Marcelo Roberto Ruggieri, enfrentam denúncias do Ministério Público por homicídios, lavagem de dinheiro, crimes contra a administração pública e outros delitos.

Os quatro policiais foram presos no último dia 17 durante uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Outro acusado, Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho e segurança do cantor Gusttavo Lima, entregou-se no dia 23.


Rogerinho foi citado em uma delação premiada feita por Antônio Vinícius Gritzbach, corretor de imóveis executado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no dia 8 de novembro. Gritzbach foi morto oito dias após denunciar à Corregedoria a conduta de Rogerinho e dos outros policiais, que agora também são suspeitos de envolvimento no assassinato.

Conexão com o PCC

No pedido de prisão preventiva, o juiz Paulo Fernando Deroma de Mello, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores, afirmou que os policiais agiam em conjunto com o PCC. Segundo ele, “nenhuma máfia ou facção criminosa” alcança o poder do PCC sem a participação de agentes públicos, principalmente ligados à Segurança Pública.

Os acusados atuavam na 5ª Delegacia Seccional, na zona leste da capital paulista, região dominada pela facção. Marcelo Marques de Souza e Eduardo Monteiro, investigadores-chefes do Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco), estão entre os presos.

Extorsão e subtração de bens

De acordo com o Ministério Público, Eduardo Monteiro teria utilizado relógios de luxo apreendidos em um imóvel de Gritzbach, sem devolvê-los ao proprietário. Ele e o delegado Fábio Baena também foram acusados de tentar extorquir R$ 40 milhões do corretor para retirar seu nome de uma investigação sobre um duplo homicídio de membros do PCC. A extorsão teria sido relatada por Gritzbach em sua delação premiada.

Além disso, Baena é acusado de subtrair relógios de luxo e de se apropriar de um sítio com origem criminosa junto com Monteiro. O delegado é investigado em outros casos de corrupção envolvendo policiais civis e "crimes gravíssimos", segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo.

Afastamento e desdobramentos

Os policiais foram oficialmente afastados de suas funções na corporação e permanecem sob prisão preventiva. O caso continua sendo investigado pelo MPSP e pela Corregedoria, com o objetivo de esclarecer as conexões entre os agentes e o PCC, bem como as denúncias de extorsão e outros crimes graves.

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