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Piauí

Advogado piauiense Ney Ferraz é condenado a 6 anos de cadeia por lavagem de dinheiro

A condenação está relacionada a atos praticados por ele durante seu período como presidente do Iprev.

O juiz Márcio Evangelista Ferreira, da 2ª Vara Criminal de Brasília, condenou o secretário de Economia do Distrito Federal, Ney Ferraz Júnior, e sua esposa, Emanuela Ferraz, por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. A condenação está relacionada a atos praticados por Ney Ferraz durante seu período como presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do DF (Iprev), entre 2019 e 2022. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), o casal e outros dois réus favoreceram empresas em um edital de credenciamento de fundos de investimento e instituições financeiras, em troca de vantagens indevidas.

Ney e Emanuela Ferraz foram sentenciados a 6 anos, 5 meses e 15 dias de prisão em regime semiaberto, além do pagamento de multa. O juiz também determinou a perda do cargo público de Ney Ferraz e o proibiu de assumir qualquer outra função pública por um período de 12 anos e 11 meses. Segundo o juiz, o acusado não apresentou documentos que comprovasse a origem legal dos valores movimentados.


Foto: ReproduçãoNey Ferraz Júnior
Ney Ferraz Júnior

A investigação que levou à condenação teve início com a Operação Imprevidentes, deflagrada em fevereiro de 2023, que cumpriu mandados de busca e apreensão no Iprev, nas residências dos investigados e em empresas no Distrito Federal, São Paulo e Piauí. A suspeita era de irregularidades no Iprev, desde o credenciamento de fundos de investimento e instituições financeiras até o uso de recursos públicos. A principal linha de investigação apontou que funcionários do instituto favoreceram uma empresa de São Paulo, resultando em transferências que totalizaram R$ 270 milhões.

Segundo a denúncia do MPDFT, Ney Ferraz teria recebido R$ 510 mil para beneficiar a empresa paulista, valor depositado de forma fracionada na conta de sua esposa, Emanuela Ferraz. Entre setembro de 2021 e julho de 2022, foram identificados 114 depósitos em dinheiro vivo em uma conta de Emanuela, além de pagamentos de 52 boletos com créditos para outras duas contas. Os investigadores também apontaram indícios de incompatibilidade entre o padrão de vida e os salários recebidos pelos agentes públicos investigados, com parte dos valores transferidos sendo utilizada para pagar um carro de luxo de R$ 218 mil, em uma tentativa de ocultar o dinheiro.

Em depoimentos à Justiça, Ney Ferraz alegou que os investimentos eram decididos por um grupo de pessoas e que os encontros com o dono da empresa de São Paulo foram de caráter pessoal. Ele também afirmou que guardava dinheiro em casa devido a bloqueios judiciais antigos e que, após a regularização de seu nome, retomou os depósitos bancários de forma gradativa. Emanuela Ferraz preferiu permanecer em silêncio durante os depoimentos.

A defesa do casal argumenta que eles foram absolvidos da acusação de corrupção e que, como o crime de lavagem de dinheiro pressupõe um crime antecedente, a sentença deve ser revertida.

Outro lado

Ney Ferraz Júnior e sua esposa não foram localizados pelo GP1 para comentar a sentença. O espaço está aberto para esclarecimentos.

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