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Carlos Anchieta deixa o comando da Secretaria de Cultura do Piauí

Saída se deu após operação da Polícia Federal, que apura desvio de recursos da Lei Aldir Blanc.

O secretário de Estado da Cultura do Piauí, Carlos Anchieta, entregou o cargo nesta quinta-feira (5). A saída acontece após vir à tona a investigação da Polícia Federal que apura desvio de recursos da Lei Aldir Blanc durante sua gestão, entre 2020 e 2021.

Por meio de nota, Carlos Anchieta afirmou que renunciou ao cargo para garantir a transparência e a independência da investigação da PF, para que tudo seja devidamente esclarecido.

Foto: Alef Leão/GP1Carlos Anchieta, Secretário de Cultura
Carlos Anchieta, Secretário de Cultura

“Informo que, para garantir a transparência, a lisura, a fluência e a independência das investigações que citam meu nome, durante período em que eu estava como gestor da Secretaria de Cultura do Piauí, e para que não paire nenhuma dúvida sobre a autonomia das apurações em voga, estou renunciando ao cargo de secretário de Estado da Cultura. Assim, espero colaborar, de maneira irrestrita e incondicional, para que tudo seja devidamente esclarecido”, declarou.

Foto: Reprodução/InstagramNota de Carlos Anchieta
Nota de Carlos Anchieta

Segundo apurado pelo GP1, a advogada Ingrid Pereira da Silva assumirá o comando da Secult interinamente.


Operação Front Stage

A Polícia Federal deflagrou a Operação Front Stage no dia 29 de agosto, com objetivo de apurar crimes de lavagem de dinheiro resultantes de favorecimento, por agentes públicos, a pessoas jurídicas agraciadas em editais culturais promovidos pela Secult e custeados com recursos da Lei Aldir Blanc.

Conforme a denúncia, alguns artistas foram contemplados com recursos apenas para dividi-los entre os gestores e outros teriam recebido valores em duplicidade ao terem apresentado os mesmos projetos em editais de cidades diferentes.

Durante a investigação, a Polícia Federal identificou valores suspeitos recebidos por Carlos Anchieta que apontam indícios de um esquema de propina ou corrupção, onde proprietários de empresas ligadas a eventos culturais ou as próprias empresas fazem os repasses, possivelmente como retorno de parte do que a empresa recebeu por desempenhar atividade contratada pela Secult. A PF então concluiu que “em virtude do contexto e detalhes abordados, fica evidente a presença de indícios de recebimentos mensais indevidos por Carlos Adalberto Ribeiro Anchieta, aparentemente originário de entidades relacionadas a área cultural”.

Entretanto, não foi possível demonstrar benefício direto de Carlos Anchieta de recursos com origem na Lei Aldir Blanc, possivelmente devido a dados bancário/financeiro insuficientes para tal conclusão e/ou pela utilização de meios ardilosos a fim de ocultar possível pagamento de propina ou corrupção, motivo pelo qual foi destacada a necessidade da utilização de outras medidas, como busca e apreensão, com o propósito de clarear a dinâmica do suposto desvio ou benefício a terceiros de recursos públicos federais.

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