Fechar
GP1

Piauí

Juiz condena piauiense a 2 anos de prisão por tráfico internacional de drogas

Decisão foi proferida pelo juiz Márcio Augusto de Melo Matos, da 6ª Vara Federal de Guarulhos.

O juiz Márcio Augusto de Melo Matos, da 6ª Vara Federal de Guarulhos, condenou a piauiense Gisele Fernandes Freitas a 2 anos e 11 meses de reclusão, em regime aberto, e pagamento de 291 dias-multa pelo crime de tráfico internacional de drogas ao tentar embarcar no Aeroporto de Guarulhos para a Europa com cápsulas de cocaína na vagina, ânus e no sistema digestivo, em novembro de 2023. A sentença foi proferida pelo magistrado no dia 13 de agosto de 2024.

Para o magistrado, a autoria e materialidade do delito restou comprovada através das testemunhas e da própria confissão de Gisele Fernandes Freitas. Ela foi presa em flagrante por agentes da Polícia Federal (PF), prestes a embarcar em um avião com destino a Paris, na França. Na ocasião, a ré transportava 247,09 g (duzentos e quarenta e sete grames e nove centigramas – massa líquida) de cocaína.


Foto: Reprodução/WhatsAppGisele Fernandes Freitas, presa em novembro de 2023, no Aeroporto de Guarulhos tentando embarcar para Europa com cápsulas de cocaína
Gisele Fernandes Freitas, presa em novembro de 2023, no Aeroporto de Guarulhos tentando embarcar para Europa com cápsulas de cocaína

No interrogatório judicial, a piauiense declarou que estava passando por dificuldades financeiras, e aceitou o convite para ser 'mula' em um ato de desespero. “Ele fez uma proposta para que ela fosse mula; no momento não estava trabalhando, e fez isso no desespero, sendo que nunca fez isso e nunca fez mais; pegaria dinheiro para transportar o negócio, que é chamado como ‘mula’”, disse Gisele em juízo.

Ainda para o juiz Márcio Augusto, também não restaram dúvidas sobre a característica de transnacionalidade do tráfico. “Considerado que a droga foi descoberta nas dependências do Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos, quando a ré pretendia embarque em voo internacional – AF 459 – da companhia aérea Air France, com destino a Paris”, justificou o magistrado. Ao todo, ela levava 247,09 g de cocaína, sendo 138 g oculta em diversas cápsulas introduzidas em sua vagina, e 109,09 g oculta em diversas cápsulas ingeridas e introduzidas em seu ânus.

Na dosimetria da pena, o fato de Gisele ser ré primária, ter confessado o crime e ter sido presa antes da droga ter chegado ao destino final foram determinantes para diminuição da sentença para 2 anos e 11 meses de reclusão e pagamento de 291 dias-multa, também concedendo o direito de recorrer em liberdade.

Por fim, o magistrado ainda considerou que pena privativa de liberdade também pode ser substituída por penas restritivas de direito, com a imposição de prestação pecuniária no valor equivalente a três salários mínimos e prestação de serviços comunitários.

Investigação da PF

A investigação da Polícia Federal (PF) apontou que Gisele Fernandes levava cocaína no sistema digestivo e nas partes íntimas. Exames de raio-x confirmaram a presença de 30 cápsulas em seu sistema digestivo. Conforma a corporação, ela fazia parte de um grupo de 33 pessoas, todas do Nordeste, que eram atraídas para ser “mulas” sob falsas promessas e emprego.

Eles ainda passavam por um treinamento para transportar os entorpecentes durante o voo. Uma dessas ações era a introdução de cenouras pequenas para preparar o corpo para a ingestão das cápsulas de cocaína. Eles eram obrigados a tomar medicamentos e a se alimentar de forma básica para que o organismo não rejeitasse as cápsulas.

Entenda o caso

Gisele Fernandes foi presa no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, ao ser flagrada tentando embarcar para a Europa com cápsulas de cocaína na vagina, ânus e estômago na noite do dia 21 de novembro de 2023. A prisão, efetuada pela Polícia Federal, foi realizada após um trabalho de investigação produzido pelo GAECO, em conjunto com a Polícia Civil do Maranhão, que juntos identificaram que a jovem, natural de Teresina e residente em Timon, serviria como “mula” para entregar cocaína a um destinatário na Europa.

As informações obtidas pelo GAECO e Polícia Civil foram compartilhadas com a Polícia Federal, que abordou Gisele Fernandes no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Após passar pelo aparelho detector de traços de drogas e explosivos, uma policial fez uma busca pessoal na suspeita, acompanhada por uma testemunha, e identificou o entorpecente em um preservativo dentro da vagina da jovem. Como também havia cápsulas de cocaína no ânus e no sistema digestivo, foi necessário levá-la a um hospital público da região, onde foi realizada a remoção da droga de forma segura.

Em função disso, Gisele Fernandes foi conduzida para a delegacia da Polícia Federal, onde foi autuada em flagrante delito por tráfico internacional de drogas, crime previsto na Lei de Drogas.

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2025 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.