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Subprocurador do Ministério Público pede a perda do cargo do promotor Maurício Verdejo

A informação foi obtida pelo GP1 por meio da denúncia do Ministério Público do Piauí contra o promotor.

O subprocurador de Justiça Jurídica do Ministério Público do Piauí, João Malato Neto, pediu ao Tribunal de Justiça a decretação da perda do cargo do promotor de Justiça Maurício Verdejo Gonçalves Júnior, acusado de exigir propina de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) para arquivar uma investigação contra o empresário Junno Pinheiro Campo Sousa. A informação foi obtida pelo GP1 por meio da denúncia do MP contra o promotor.

Na denúncia, formulada em agosto deste ano, o subprocurador João Malato Neto solicitou a perda do cargo de Maurício Verdejo com base no artigo 92, inciso I, do Código Penal. O pedido fundamenta-se nos efeitos extrapenais de uma sentença penal condenatória, que incluem a perda do cargo público quando há condenação por crimes cometidos com abuso de poder ou violação de deveres para com a Administração Pública, desde que a pena privativa de liberdade seja igual ou superior a um ano.


Foto: GP1 (imagem exclusiva)Promotor titular da 6ª Promotoria de Picos, Maurício Verdejo Gonçalves Júnior
Promotor titular da 6ª Promotoria de Picos, Maurício Verdejo Gonçalves Júnior

Além disso, em casos de crimes comuns, o artigo prevê a perda do cargo se a pena for superior a quatro anos. O subprocurador entendeu, na denúncia, que as condições para aplicação dessa sanção estão presentes e formalizou o requerimento no âmbito da ação judicial.

“Na esteira deste entendimento, o referido artigo prevê a perda do cargo a funcionários públicos que, ocupando cargos públicos, pratiquem delitos com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública, cuja pena seja igual ou superior a um ano, ou, em se tratando de crime comum, sejam punidos com pena privativa de liberdade superior a quatro anos”, destacou na denúncia.

Teor da denúncia

O Ministério Público do Estado do Piauí denunciou o promotor de Justiça Maurício Verdejo Gonçalves Junior e seu assessor ministerial, o advogado André Ricardo Bispo Lima, pelos crimes de concussão, prevaricação, supressão de documento e tráfico de influência. A denúncia foi apresentada pelo subprocurador de Justiça João Malato Neto.

A investigação da Polícia Federal contra o promotor apontou inicialmente que ele exigiu R$ 3 milhões do empresário. As apurações revelaram que a primeira parcela da propina, no valor de R$ 500.000,00, foi paga ao membro do MP em sua residência em Teresina no dia 2 de agosto de 2024. A segunda parcela, também de R$ 500.000,00, foi entregue no dia 7 de agosto de 2024, novamente na casa do promotor. Durante a entrega da segunda parcela, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão, encontrando R$ 896.000,00 em posse de Maurício Verdejo.

Na residência do assessor ministerial, a polícia encontrou R$ 600,00 e, posteriormente, mais R$ 10.000,00, que haviam sido repassados a terceiros. As ações policiais foram realizadas após a confirmação do pagamento das propinas e a localização dos valores ilicitamente exigidos.

Monitoramento eletrônico mantido

No dia 22 de novembro, o desembargador Ricardo Gentil Eulálio Dantas determinou a manutenção da medida de monitoramento eletrônico por mais 90 dias para Maurício Verdejo Gonçalves Júnior e o assessor dele, André Ricardo Bispo Lima.

O secretário de Justiça, coronel Carlos Augusto, foi intimado e tomou ciência da decisão no dia 26 de novembro, para renovar o monitoramento eletrônico do membro do MP e de seu assessor por meio de tornozeleira eletrônica.

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