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Analfabetismo atinge 22,38% da população indígena no Piauí, diz IBGE

Cenário vai na contramão da tendência estadual, que teve redução no analfabetismo na população geral.

O Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou um aumento na taxa de analfabetismo entre a população indígena piauiense, que sofreu preocupante aumento em 12 anos. Enquanto em 2010 o índice era de 16,53%, o número saltou para 22,38% em 2022, representando um aumento de 5,85 pontos percentuais. Em termos absolutos, das 5.769 pessoas indígenas de 15 anos ou mais, 1.291 eram analfabetas. Esse cenário vai na contramão da tendência estadual, que registrou uma redução da taxa de analfabetismo na população geral do Piauí, passando de 22,93% para 17,23% no mesmo período.

Esse aumento coloca o Piauí entre os quatro estados que registraram crescimento na taxa de analfabetismo indígena, ao lado de Rio Grande do Norte, Sergipe e Distrito Federal. Ao nível nacional, a taxa de analfabetismo entre indígenas caiu de 23,39% em 2010 para 15,05% em 2022. No entanto, o Piauí ainda mantém uma das maiores taxas de analfabetismo entre indígenas no Brasil, com 22,38%, sendo superado apenas por Maranhão e Acre.

Ao analisar o analfabetismo por sexo, a pesquisa apontou que os homens indígenas no Piauí apresentam índices maiores que as mulheres. Em 2022, 23,90% dos homens indígenas de 15 anos ou mais eram analfabetos, enquanto entre as mulheres a taxa foi de 20,9%. Em ambos os casos, esses valores superam a média do estado para a população geral, reforçando a desigualdade no acesso à educação entre os indígenas e o restante da população piauiense.

Além dos dados sobre o analfabetismo, o Censo também destacou o crescimento da população indígena no Piauí. O número de pessoas que se autodeclararam indígenas saltou de 2.944 em 2010 para 7.202 em 2022, um aumento de 144%. Com esse crescimento, o Piauí passou a ocupar a 25ª posição entre os estados brasileiros em termos de população indígena, superando o Distrito Federal e Sergipe.

Outro dado relevante do Censo é o aumento no número de municípios piauienses com presença indígena. Em 2010, 122 municípios tinham registros de pessoas indígenas, enquanto em 2022 esse número cresceu para 157, representando 70,08% dos municípios do estado. A pesquisa também trouxe informações sobre a primeira terra indígena delimitada no Piauí, a de Kariri de Serra Grande, localizada em Queimada Nova, com 164 habitantes, dos quais 69,5% se autodeclararam indígenas.

No Brasil, cerca de 36,73% da população indígena reside em terras demarcadas, enquanto no Piauí essa realidade é bem diferente, com apenas 1,58% dos indígenas vivendo em território delimitado.

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