O juiz Marcelo Elias Matos e Oka, da Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados do Tribunal de Justiça do Maranhão, recebeu denúncia do Ministério Público do Maranhão contra os empresários Afonso da Silva Brito e Tufi Adala Tajra Júnior. Eles se tornaram réus na Justiça pelos crimes de “lavagem de dinheiro”, proveniente do tráfico de drogas, e por integrar uma organização criminosa que atua em cidades do Piauí e do Maranhão.
Afonso da Silva e Tufi Adala, investigados na Operação Barão Vermelho, foram denunciados por envolvimento em uma organização criminosa voltada para o tráfico de drogas, falsidade documental para registro de armas de fogo e comércio ilegal de armas. A denúncia foi assinada pelos promotores Ana Carolina Cordeiro de Mendonça, Fernando Antônio Berniz Aragão, Francisco Fernando Meneses de Morais Filho e Karina Freitas Chaves em 15 de janeiro.
A organização criminosa, segundo a denúncia, utilizava-se de empresas e imóveis para lavar dinheiro. Entre as empresas citadas estão a Modelo Veículos, Adolfo Autopeças e Adolfo 4x4, todas localizadas em Teresina. No Maranhão, as arenas de futebol society Placar, Terceiro Tempo e Alto da Cruz eram usadas para o mesmo fim.
Afonso da Silva é apontado como um dos principais "testas de ferro" de Waldistom dos Santos Oliveira, considerado o líder da organização. Afonso administrava as arenas esportivas em Caxias, no Maranhão, e se apresentava como dono de uma residência em Timon e do Sítio Silva Brito I, no povoado Campo Grande, zona rural da mesma cidade. No entanto, ele não possuía prova do registro das propriedades, que já se encontravam judicialmente indisponíveis.
A polícia descobriu a situação ao realizar uma vistoria na residência em Timon em 24 de junho de 2022. Na ocasião, uma ex-mulher de Tufi Adala afirmou que alugava a casa de Afonso. Além disso, Afonso era responsável por negociar automóveis da Modelo Veículos, loja interditada judicialmente desde junho de 2021 por atuar fortemente na lavagem de capitais.
Tufi Adala Tajra Júnior, o segundo denunciado, é acusado de agir em conluio com Afonso da Silva para esconder a origem ilegal de uma residência em Timon. Quando foi chamado para depor, Tufi afirmou que alugou o imóvel de Afonso, mas não apresentou nenhum contrato de aluguel entre os dois. Em vez disso, apresentou um documento em que ele mesmo figura como locador do bem.
Operação Barão Vermelho
A Operação Barão Vermelho, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MP-MA, ocorreu em 2 de março de 2023. A operação teve como objetivo desarticular a organização criminosa e identificar os envolvidos nas atividades ilícitas.
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