Os jovens piauienses de 15 a 29 anos enfrentam grandes desafios para ingressar e se estabilizar no mercado de trabalho, com um índice de 27,8% que não estudam nem trabalham, segundo a Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) 2023 do IBGE. Este índice é o 11º maior do país e está 5,5 pontos percentuais acima da média nacional de 22,3%.
A pesquisa divide a população jovem do Piauí em três estratos: 15 a 17 anos, 18 a 24 anos e 25 a 29 anos. O primeiro estrato apresenta um índice bem inferior às demais faixas etárias. Em 2022, apenas 6,2% dos jovens de 15 a 17 anos não estudavam nem trabalhavam, um índice bem inferior à média geral para os jovens de 15 a 29 anos, que era de 28,8%. Isso se deve ao fato de que a maioria dos jovens de 15 a 17 anos ainda está finalizando a educação básica, sem priorizar a atividade laboral.
Para os estratos de 18 a 24 anos e de 25 a 29 anos, o índice da população sem estudar e trabalhar ficou acima da média geral, respectivamente, em 33,6% e 31,5%. Esses números refletem a dificuldade que esses jovens enfrentam para se inserir no mercado de trabalho, especialmente em períodos de crise econômica.
A análise da série histórica da pesquisa para o Piauí, de 2012 a 2022, revela uma relação inversamente proporcional entre o índice dos jovens que não estudavam nem tinham ocupação e o nível da atividade econômica do país. No período de 2012 a 2014, quando a economia brasileira apresentou crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), os índices de jovens que não estudavam nem estavam ocupados apresentaram uma redução e foram os menores da série histórica, ficando por volta dos 24% ao ano.
Em 2015 e 2016, com a redução observada no PIB brasileiro, o índice de jovens que não estudavam nem estavam ocupados subiu de patamar e foi para cerca de 27%, tendo permanecido elevado até 2019, mesmo com o PIB tendo crescido no período de 2017 a 2019. Com a pandemia da COVID-19, no ano de 2020 o PIB despencou novamente, tendo repercutido fortemente no índice, que atingiu seu maior nível na série histórica, com cerca de 34% dos jovens piauienses sem estudar nem ter ocupação. Em 2021 e 2022, com a retomada do crescimento do PIB, os índices caíram bastante de nível e chegaram a, respectivamente, 27,4% e 27,8%.
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