O juiz Ulysses Gonçalves da Silva Neto, da Vara única da Comarca de Altos, pronunciou o pai e os avós paternos do bebê Wesley Carvalho Ferreira para irem a Júri Popular pelo crime de homicídio e ocultação de cadáver. A sentença de pronúncia foi dada nessa segunda-feira (17).
Ao GP1, o advogado da família, Smailly Carvalho, afirmou nesta quarta-feira (19) que a mãe da criança, Ângela Valéria Ferreira Ferro, foi absolvida pelo juiz. “O pai e os avós paternos foram pronunciados, após as alegações finais da defesa e da acusação e a mãe foi absolvida sumariamente de todas as acusações”, contou.
Ainda de acordo com o advogado, ele vai recorrer da sentença de pronúncia. "Nós vamos ingressar com recurso para tentar modificar a decisão em relação ao pai e aos avós do garoto, porque entendemos que eles são inocentes iguais à mãe", declarou Smailly Carvalho.
Welson Carvalho (pai) e os avós, Manoel José Xavier Pinto e Maria Lindalva de Carvalho, vão aguardar ao julgamento em liberdade.
Relembre o caso
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) abriu investigação para apurar o desaparecimento de Wesley Carvalho Ferreira, de 1 ano e 9 meses. Segundo a família, o menino havia sido sequestrado no dia 29 de dezembro de 2021, na Praça da Bandeira, no Centro de Teresina, mas o Boletim de Ocorrência denunciando o crime só foi feito no dia 9 de fevereiro de 2022, mais de um mês depois do sumiço da criança.
Em entrevista ao GP1, a tia da criança, Socorro Costa, contou que sentiu falta da irmã e do sobrinho, então resolveu procurá-los, foi então, quando a irmã informou que a criança teria sido sequestrada por dois homens, versão que foi contestada pela polícia.
Bebê foi queimado em ritual
O delegado Matheus Zanatta, gerente da Polícia Especializada da Polícia Civil do Piauí afirmou ao GP1 que Wesley Carvalho Ferreira teve o corpo queimado após um ritual satânico com a participação dos próprios pais no Povoado Santa Teresa, zona rural de Teresina.
Com a reviravolta do caso, foi descartada a hipótese de sequestro, como havia sido informado falsamente pelos pais e avós do bebê. “Eles [pai, mãe e avós] já foram interrogados e existem alguns fatos obscuros e controversos que precisam ainda ser esclarecidos. A Polícia Civil descarta a hipótese de sequestro e trabalha com outras linhas de investigação. Uma delas é que a família da vítima ficou em jejum duas semanas, orando, e depois sacrificou a criança, colocando fogo no seu corpo”, revelou o delegado.
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