A Justiça do Piauí revogou nessa quarta-feira (26) as prisões dos pais do bebê Wesley Carvalho Ferreira que, segundo a Polícia Civil do Piauí, foi morto durante um ritual religioso promovido pela própria família e depois teve o corpo queimado pelos pais. No total, foram indiciadas sete pessoas, incluindo os pais, pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
Em entrevista ao GP1 nesta quinta-feira (11), o advogado da família da criança, Smailly Carvalho, contou que o judiciário acatou o pedido da defesa, que alegou que o casal não apresenta riscos à sociedade, tampouco à instrução processual, que está em fase de alegações finais.
“Tendo em vista que os pais já estavam presos há 8 meses, a audiência de instrução e julgamento se encerrou sem nenhuma intercorrência por parte dos mesmos, que não apresentam nenhum risco à sociedade e ao andamento processual, o juiz entendeu pela revogação com aplicação de medidas cautelares”, pontuou o advogado Smailly Carvalho.
Os pais deixaram a Cadeia Pública de Altos e a Penitenciária Feminina ainda na tarde dessa quarta-feira (26) e deverão aguardar a decisão da Justiça, que poderá pronunciá-los ou não.
“Agora vamos entrar na fase de alegações finais, se for concedido o incidente de sanidade mental, como a gente espera, o processo principal vai ficar paralisado até sair o resultado para, depois, o juiz decidir sobre a pronúncia ou não dos denunciados ao Júri Popular”, finalizou a defesa.
Relembre o caso
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) abriu investigação para apurar o desaparecimento de Wesley Carvalho Ferreira. Segundo a família, o menino havia sido sequestrado no dia 29 de dezembro, na Praça da Bandeira, no Centro de Teresina, mas o Boletim de Ocorrência denunciando o crime só foi feito no dia 9 de fevereiro, mais de um mês depois do sumiço da criança.
Em entrevista ao GP1, a tia da criança, Socorro Costa, contou que sentiu falta da irmã e do sobrinho, então resolveu procurá-los, foi então, quando a irmã informou que a criança teria sido sequestrada por dois homens, versão que foi contestada pela polícia.
Com a reviravolta do caso, foi descartada pela Polícia Civil a hipótese de sequestro, como havia sido informado pelos pais e avós do bebê. “Eles [pai, mãe e avós] já foram interrogados e existem alguns fatos obscuros e controversos que precisam ainda ser esclarecidos. A Polícia Civil descarta a hipótese de sequestro e trabalha com outras linhas de investigação. Uma delas é que a família da vítima ficou em jejum duas semanas, orando, e depois sacrificou a criança, colocando fogo no seu corpo”, revelou o delegado Matheus Zanatta.
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