A Justiça do Piauí colocou em liberdade, na terça-feira (09), duas mulheres e um homem que são tios do bebê Wesley Carvalho Ferreira que, segundo a Polícia Civil do Piauí, foi morto durante um ritual religioso promovido pela própria família e depois teve o corpo queimado pelos pais. No total, foram indiciadas sete pessoas, incluindo os pais, pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
Em entrevista ao GP1 nesta quinta-feira (11), o advogado da família da criança, Smailly Carvalho, contou que entrou com o pedido de habeas corpus alegando a falta de indícios da autoria dos crimes por parte dos tios.
“O pedido foi baseado na falta de indícios que levassem os acusados a terem cometido qualquer crime. No processo, faltam essas provas que apontam eles ao delito que estava sendo investigado. As informações que constam no processo estão de maneira genérica”, disse Smailly Carvalho.
Ainda de acordo com o advogado, ele pedirá também a soltura dos pais e dos avós alegando o mesmo motivo que fez com que os tios fossem soltos. “Nosso entendimento em relação aos pais é o mesmo, vamos pedir a liberdade já que faltam indícios e materialidade”, finalizou o advogado.
Bebê foi queimado em ritual
O delegado Matheus Zanatta, gerente da Polícia Especializada da Polícia Civil do Piauí afirmou ao GP1 que Wesley Carvalho Ferreira teve o corpo queimado após um ritual satânico com a participação dos próprios pais no Povoado Santa Teresa, zona rural de Teresina.
Com a reviravolta do caso, foi descartada a hipótese de sequestro, como havia sido informado falsamente pelos pais e avós do bebê. “Eles [pai, mãe e avós] já foram interrogados e existem alguns fatos obscuros e controversos que precisam ainda ser esclarecidos. A Polícia Civil descarta a hipótese de sequestro e trabalha com outras linhas de investigação. Uma delas é que a família da vítima ficou em jejum duas semanas, orando, e depois sacrificou a criança, colocando fogo no seu corpo”, revelou o delegado.
Segundo depoimento dos pais, a criança havia sido sequestrado no dia 21 de dezembro de 2021 na Praça da Bandeira, no Centro de Teresina, no entanto, o Boletim de Ocorrência, denunciando o crime, somente foi feito no dia 9 de fevereiro, mais de um mês depois do sumiço da criança, fato que gerou suspeita por parte dos investigadores.
Entenda o caso
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) abriu investigação para apurar o desaparecimento de Wesley Carvalho Ferreira. Segundo a família, o menino havia sido sequestrado no dia 29 de dezembro, na Praça da Bandeira, no Centro de Teresina, mas o Boletim de Ocorrência denunciando o crime só foi feito no dia 9 de fevereiro, mais de um mês depois do sumiço da criança. Em entrevista ao GP1, a tia da criança, Socorro Costa, contou que sentiu falta da irmã e do sobrinho, então resolveu procurá-los, foi então, quando a irmã informou que a criança teria sido sequestrada por dois homens, versão desmentida pela polícia.
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