Brunno Suênio
Um dos presos pela Polícia Civil na denominada “Operação Mandarim”, que desarticulou uma organização criminosa acusada de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, foi nomeado para um dos mais altos cargos da Assembleia Legislativa do Piauí pelo presidente Franzé Silva (PT). Trata-se de Ramon Santiago Matos Nascimento, que está preso preventivamente na Cadeia Pública de Altos desde 23 de novembro de 2022, e mesmo assim foi nomeado para exercer cargo em comissão com exercício junto aos órgãos da Administração Superior da Assembleia Legislativa. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da Alepi em 01 de fevereiro de 2023, com efeitos a partir de 01 de janeiro de 2023. O salário dele é de R$ 9 mil.
No pedido de prisão preventiva deferido pela Justiça, a Polícia Civil aponta as relações entre o empresário e o traficante Paulo da Costa Ramos Lustosa, mais conhecido como “Paulinho Chinês”. Relatório mostra que a empresa de Ramon Santiago, a Achei Empreendimentos Imobiliários, tinha, até pouco tempo atrás, como endereço cadastrado de sua sede a mesma sala comercial em que se localiza a empresa IPK Empreendimentos Imobiliários, de propriedade de Paulinho Chinês.
Em 09 de novembro de 2022, durante a prisão de Paulinho Chinês, o veículo Fiat Uno, de placa GSW1J43, de propriedade de Ramon Santiago, foi encontrado dentro da casa onde a polícia apreendeu uma grande quantidade de drogas, cerca de 30 kg de cocaína, avaliada em R$ 2,5 milhões.
A polícia também comprovou que Ítalo Freire, apontado como um dos chefes da quadrilha, tinha acesso e controle da conta pessoal de Ramon Santiago no Banco do Brasil e utilizava um automóvel de luxo, um Jeep Commander, em nome da Achei Empreendimentos Imobiliários.
Relatórios de Inteligência Financeira produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostram movimentações financeiras vultosas entre os membros da quadrilha, dentre eles, Ramon Santiago.
A Polícia Civil diz que Ramon Santiago “não se trata apenas de uma interposta pessoa que Italo Freire se vale para a realização de transações relacionadas ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, mas de figura ativa no armazenamento e transporte dos entorpecentes”.
Todos os presos na "Operação Mandarim" foram denunciados pelo Ministério Público por envolvimento em organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A ação penal foi ajuizada no dia 18 de janeiro deste ano, na 5ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, pelo promotor de Justiça Marcelo de Jesus Monteiro Araújo, titular da 27ª Promotoria de Justiça.
O juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, em decisão dada no dia 19 de janeiro, manteve a prisão preventiva de Paulo Henrique Ramos da Costa Lustosa (Paulinho Chinês) e Ítalo Freire Soares de Sá e das outras cinco pessoas denunciadas no âmbito da Operação Mandarim, são elas, Ramon Santiago Matos Nascimento, Raimundo Nonato Araújo Borges Filho, André Kaue Dias Viana, Govandi Freire de Sá Filho e Vitor Levi.
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Outro lado
O GP1 entrou em contato com assessoria do presidente da Alepi, Franzé Silva, nesta segunda-feira (13), que ficou de encaminhar um posicionamento, o que não ocorreu até a publicação desta reportagem.
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