O Dia Internacional da Mulher Rural é comemorado neste domingo, 15 de outubro. A data celebra as mulheres que desempenham um papel fundamental na produção de alimentos em todo o mundo. De acordo com dados da ONU Mulheres, elas são responsáveis por 60% a 80% dos alimentos consumidos na América Latina e no Caribe. O envolvimento das mulheres no campo contribui para a segurança alimentar e nutricional, a gestão de recursos naturais, a liderança em diversas empresas e também para ações comunitárias no setor agrícola.
Apesar de desempenharem um papel crucial na agricultura, as mulheres ainda enfrentam desafios no acesso a recursos produtivos que valorizem seu trabalho no campo. No entanto, essa realidade está mudando graças a projetos e programas do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), que priorizam as mulheres no acesso a políticas públicas e recursos produtivos.
Para exemplificar a força das mulheres rurais, contaremos a história de Francisca Neri, uma jovem que encontrou na agricultura familiar uma forma de gerar renda para sua família. Francisca foi a primeira mulher a presidir a Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos do Município de Betânia do Piauí (Ascobetania).
Ela conta que a Ascobetania e a criação de ovinos e caprinos lhe deram a oportunidade de gerar renda sem precisar deixar sua terra natal. “Recebi incentivo para participar da associação, onde vi o quanto ela valorizava os agricultores, a ovinocaprinocultura e a geração de renda. Eu queria ter minha própria fonte de renda por meio da caprinocultura, sem sair do meu município”, relata a agricultora.
Francisca Neri foi uma das 15.773 mulheres beneficiadas pelo Programa Viva o Semiárido (PVSA), executado pela Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) entre 2016 e 2022, com recursos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA). Ela destaca o impacto que o programa teve em sua vida.
“O PVSA foi um ponto de virada na minha vida e na vida de muitos agricultores, pois o projeto se concentrou diretamente nas pessoas e nas necessidades de cada atividade produtiva. O programa trouxe um renascimento para a agricultura familiar no Piauí”, enfatiza.
As ações da SAF em prol das mulheres rurais continuam a avançar, como demonstra o último processo de escolha do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) onde foram criados critérios de seleção que priorizaram mulheres. Neste edital, 92% dos beneficiários são mulheres. Já o Programa de Geração de Emprego e Renda no Meio Rural (PROGERE II) teve 69% de seu público-alvo composto por mulheres rurais, evidenciando o compromisso da SAF em apoiar as mulheres do campo e combater a desigualdade de gênero no setor.
Além de Francisca Neri, muitas outras mulheres estão contribuindo para o progresso da agricultura familiar. Investir nas mulheres rurais é investir no desenvolvimento, e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) projeta que melhorar o acesso das mulheres à terra, à pecuária, à educação, aos serviços financeiros, à extensão, à tecnologia e ao emprego rural resultará em um aumento significativo da produtividade e da produção agrícola, contribuindo para a segurança alimentar, o crescimento econômico e o bem-estar social.
A organização destaca ainda que a redução das desigualdades de gênero no acesso aos recursos produtivos e insumos agrícolas poderia reduzir entre 100 milhões e 150 milhões o número de pessoas passando fome no mundo.
Francisca Neri, a jovem agricultora, deixa uma mensagem para as mulheres rurais: "A mulher rural é um exemplo de coragem, alguém que faz as coisas darem certo. Ela tem a coragem de enfrentar qualquer obstáculo para fazer prosperar sua atividade produtiva. Quero dizer às mulheres do campo que estão trabalhando em busca de seu sustento que nunca percam a coragem e a determinação que conquistamos com tantas lutas, alcançando objetivos e almejando novas conquistas", finalizou a agricultora.
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