A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça acaba de dar provimento, por maioria, ao Recurso em Sentido Estrito interposto pelo Ministério Público Estadual e pela Assistente da Acusação restabelecendo a prisão do ex-tenente do Exército Brasileiro José Ricardo da Silva Neto acusado de assassinar a namorada Iarla Lima Barbosa, crime ocorrido em 19 de junho de 2017.
O Tribunal negou o pedido de José Ricardo para desclassificar as condutas praticadas contra as vítimas Ilana Barbosa Lima e Josiane Mesquita da Silva, irmã e tia de Iarla, respectivamente, “em face da ausência de intenção de matar (animus necandi), bem como a exclusão da qualificadora do feminicídio”.
- Foto: DivulgaçãoJosé Ricardo Silva Neto
O relator do recurso, desembargador Joaquim Dias de Santana Filho votou pela manutenção da decisão do juiz Antônio Noleto que revogou a prisão preventiva do acusado. Para ele, não existe fato novo a ensejar a prisão.
A desembargadora Eulália Pinheiro abriu divergência pelo provimento do recurso do MP e da Assistente de Acusação pelo restabelecimento da prisão, no que foi acompanhada pelo juiz convocado Raimundo Holland Moura de Queiroz.
O advogado do acusado, Mauricio Bezerra Alves Filho, afirmou a reportagem que vai aguardar a publicação do acórdão para então decidir os próximos passos da defesa.
Entenda o caso
José Ricardo da Silva Neto executou, na madrugada de 19 de junho de 2017, a namorada Iarla Lima Barbosa e deixou feridas outras duas pessoas, a irmã da vítima, Ilana, e uma amiga de 25 anos, próximo ao Bendito Boteco, na zona leste de Teresina.
O ex-militar iniciou uma discussão com Iarla dentro do carro após saírem de uma festa que ocorria no Bendito Boteco. Ele teria ficado com ciúmes de Iarla e, após fazer acusações contra ela, a atingiu com dois tiros no rosto. A irmã da vítima e a amiga conseguiram fugir do carro. Uma das jovens foi atingida de raspão na cabeça e a outra no braço.
O tenente chegou a retornar para o condomínio onde morava com a namorada morta dentro do carro. Ele foi preso por uma equipe do BPRone.
O juiz de direito da Central de Inquéritos, Luiz de Moura Correia, chegou a determinar a quebra do sigilo de dados e imagens dos aparelhos telefônicos do ex-oficial do Exército com o fim de subsidiar as investigações do Núcleo Policial Investigativo de Feminicídio.
No dia 25 de julho de 2017, a juíza de direito Maria Zilnar Coutinho Leal, respondendo pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, recebeu a denúncia contra José Ricardo.
Durante audiência realizada em novembro, José Ricardo confirmou que atirou em Iarla, mas disse que os tiros que atingiram as outras duas pessoas que estavam no veículo foi acidental.
NOTÍCIAS RELACIONADAS
MP-PI pede prisão do ex-tenente acusado de matar Iarla Lima
Família de Iarla Lima lamenta impunidade após 9 meses de sua morte
MP recorre de decisão que soltou assassino confesso de Iarla Lima
Ver todos os comentários | 0 |