O Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Piauí (Sinpolpi) reclamou para o GP1 que os trabalhadores tiveram descontos nos contracheques em consequência do movimento grevista, que teve início em abril e só finalizou em 29 de maio deste ano.
De acordo com o presidente do Sinpolpi, Constantino Júnior, o Governo do Estado descontou os valores referentes ao adicional noturno, vantagem extra e auxílio-alimentação dos policiais nesta quarta-feira (27).
“Nós fomos surpreendidos ao consultarmos nossos contracheques e a grande maioria dos policiais teve descontados de forma ilegal, imoral e covarde as gratificações, adicional noturno, vantagem extra e auxílio-alimentação. A razão disso, com certeza, foi o movimento paredista que nós começamos no dia 3 de abril. Esse movimento só teve a decretação da ilegalidade no dia 24 de maio de 2018. O sindicato foi intimado dessa decisão no dia 25, que foi juntada ao processo no dia 28 e nós chamamos a categoria em Assembleia Geral no dia 29 de maio de 2018, onde a categoria decidiu cumprir a decisão judicial. Portanto, não tem embasamento legal esse ato unilateral da retirada do adicional noturno, vantagem extra e o auxílio-alimentação”, explicou.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Constantino Júnior, presidente do Sinpolpi
Segundo Constantino Júnior, o Sinpolpi vai entrar com uma representação contra os secretários de segurança, de administração, além do delegado-geral da Polícia Civil. Para ele, a ação do Governo trata-se de claro assédio moral.
“Eu já recebi, inclusive do 5º DP, a escala de plantão do mês de maio e o ofício que informa as horas trabalhadas, tanto noturnas, como hora-extra, e o contracheque com o desconto. Nós vamos juntar essa documentação para judicializar. Além disso, nós vamos, também, representar os gestores, o delegado-geral, o secretário de segurança e o secretário de administração, principalmente, com ações de assédio moral, pois nenhum deles têm a prerrogativa de mexer nos salários dos trabalhadores. Então, que os policiais tragam toda essa documentação, que o [setor] jurídico do Sinpolpi já está se organizando e vamos dar uma resposta bastante dura”, pontuou.
Outro lado
Na tarde desta quinta-feira (27), o GP1 contatou o secretário de Segurança Pública, Coronel Rubens Pereira, que explicou que os descontos foram feitos por conta de uma recomendação do Ministério Público por se tratar de uma greve ilegal.
“O que eu recebi uma recomendação do Ministério Público para fazer o desconto e além disso a greve foi declarada ilegal pelo Tribunal de Justiça. São descontos que foram feitos porque eles não estavam trabalhando e são gratificações de pró-labore, ou seja, para quem está na atividade. Auxílio-alimentação é para quem está de serviço, adicional noturno e hora-extra não é para quem está em serviço? Se estavam de greve sem trabalhar e a greve foi declarada ilegal há uma decisão judicial a ser cumprida, inclusive recomendação do Ministério Público para descontar”, explicou o secretário.
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