O vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), Kleiton Holanda, foi atingido por um tiro de bala de borracha na tarde dessa quarta-feira (24), durante a manifestação realizada no Congresso Nacional em Brasília, contra as reformas do presidente Michel Temer (PMDB).
- Foto: Divulgação/Sinpoljuspi
Kleiton Holanda
Kleiton chegou em Teresina na madrugada dessa quinta-feira (25) e conversou com o GP1 nessa manhã, contando detalhes do ocorrido. “Estive desde o início do movimento. Quando encostamos próximo ao alambrado que limitava o acesso ao Congresso, um grupo de pessoas começou a ultrapassar [a barreira] e os policiais começaram com os sprays de pimenta, isso foi o estopim do levante. Nós chegamos a conversar com algumas pessoas para que se mantivessem dentro do controle, mas a cavalaria logo começou com os tiros. O clima ficou muito tenso porque até o vento colaborou para espalhar o gás lacrimogênio, e ele age na pele, nos olhos e na garganta, nós, agentes já temos algum costume, mas a população foi massacrada, senhoras e senhores em uma multidão de 200 mil pessoas”, afirmou.
O líder sindical afirmou que foi atingido aleatoriamente. “Fui atingido na coxa esquerda. Quando você é alvejado com bala de borracha sente a pele queimar e uma dor de aproximadamente 30 segundos, isso quando é atingido em uma região sem muitos problemas, porque esses tiros só devem ser mirados da cintura para baixo, mas vi tiros pegando no rosto de alguns manifestantes, um colega agente foi alvejado na mão e sofreu fratura exposta”, declarou.
Ainda segundo Kleiton, alguns policiais dispararam tiros de arma de fogo, o que não é permitido em manifestações. “Os policiais estavam descontrolados, dois deles sacaram armas de fogo, um disparou para cima e outro disparou contra a multidão e um tiro atingiu o rosto de um rapaz, foram cenas de guerra”, informou.
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